IGP-DI cai de novo, mas aponta fim da deflação – café cai (-7,40%)

Índice recua pela 5ª vez e fica em -0,13% em setembro; com alta dos combustíveis, FGV prevê taxas positivas a partir deste mês

7 de outubro de 2005 | Sem comentários Comércio Mercado Interno
Por: JANAINA LAGE DA FOLHA ONLINE, NO RIO

O IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) completou cinco meses seguidos de quedas de preços, com deflação de 0,13% em setembro. No mês anterior, o índice ficara em -0,79%. O resultado dá sinais de que o ciclo de arrefecimento de preços está próximo do fim.A alta dos combustíveis e o esgotamento do efeito do câmbio sobre os produtos industriais justificam a aceleração, diz a FGV (Fundação Getulio Vargas).

De maio a setembro, o IGP-DI, usado nos reajustes de telefonia fixa, acumulou queda de 2,05%. Segundo o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, trata-se da maior queda acumulada desde o início do Real.

O movimento de aceleração foi generalizado e atingiu atacado, varejo e construção civil. A expectativa é que, em outubro, o IGP-DI volte a registrar taxas positivas, mas ainda próximas da estabilidade, de acordo com Quadros.

A deflação em setembro ficou restrita aos produtos agrícolas, que intensificaram o recuo de preços em razão das cotações internacionais de produtos como a soja e do aumento da produtividade de setores específicos. Eles passaram de uma taxa negativa de 2,47% para uma queda de 3,17% em setembro. No mesmo período, os produtos industriais avançaram de -0,57% para 0,67%.

“O câmbio, que foi um dos fundamentos dessa deflação, praticamente já esgotou seu efeito. O que seria um processo gradativo foi acentuado pelo aumento dos combustíveis”, afirmou Quadros.

No atacado, só as matérias-primas agrícolas intensificaram a trajetória de queda e passaram de -1,26% para -2,23%, com o recuo maior em bovinos (-3,64%), café (-7,40%) e soja (-6,24%).

Os produtos acabados registraram deflação de 0,57%, ante uma taxa negativa de 1,22% em agosto, influenciados pela alta dos combustíveis e dos alimentos processados. A gasolina no atacado passou de -0,26% para 4,18%.

Os insumos industriais registraram alta de 0,91% em setembro, após queda de 0,81% em agosto. Os combustíveis e lubrificantes para a produção pressionaram a taxa com uma alta de 4,90%.

No varejo, a aceleração nos preços da gasolina, de hortaliças e legumes e de tarifas contribuiu para acabar com a deflação. Os preços ao consumidor passaram de -0,44% para 0,09%.

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