IEA: maior comércio de café com títulos financeiros

Pesquisadores do Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, constataram em estudo que é cada vez maior a utilização de títulos financeiros (Cédula do Produtor Rural, venda antecipada com ou sem opção e leilão e contrato futuro na BM&F) na comercialização de café por parte dos produtores paulistas.


Conforme os pesquisadores Celso Luis Vegro, Carlos Nabil Ghobril, Vera Lúcia Francisco e Maria Carlota Vicente, do IEA, a utilização de títulos financeiros aumentou 92% na safra 2005/06, em relação à safra anterior. Assim, a participação porcentual dos títulos financeiros na produção comercializada passou de 2,5% para 4,8%.


Os pesquisadores verificaram que a maior utilização dos títulos financeiros é resultado direto da queda na taxa básica de juros da economia. “As menores taxas de desconto incidentes nos papéis tornam esses títulos mais atrativos para os cafeicultores, além de conferir maior segurança aos agentes envolvidos nas transações comerciais”, dizem os pesquisadores do IEA.


Estoque


Outra constatação da pesquisa é que a participação do volume de café mantido em estoque nas propriedades aumentou de maneira significativa, de 3,0% para 9,5% no período. Os técnicos alegam que isto “pode expressar uma tentativa de auferir ganho especulativo com a venda do produto, tendo em vista que a safra 2005/06 foi de alta e, logo após o término da colheita, se amplificaram os volumes comercializados com conseqüente queda dos preços”.


De acordo com os pesquisadores, no entanto, a maior parte da produção ainda continua sendo comercializada por meio de corretagem/exportador, embora tenha apresentado ligeira queda (de 41,0% na safra 2004/05 para 40,3% na safra 2005/06). O segundo canal de comercialização dos cafeicultores é a cooperativa (26,6% do volume em comparação com 26,9% na safra anterior).


Já no caso da indústria de torrefação e moagem, verificou-se acentuado declínio na participação porcentual, ou seja, esta participação no volume comercializado caiu de 8,9% para 5,0% no período analisado.

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.