IAPAR é premiado por trabalho “Avaliação da colheita mecanizada do café no Paraná e propostas para melhoria de métodos e processos”

26/06/2009 – O trabalho “Avaliação da colheita mecanizada do café no Paraná e propostas para melhoria de métodos e processos”, coordenado pelo Iapar, foi premiado como destaque pelos organizadores do 6 Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil, realizado no início do mês, em Vitória (ES).


Um dos autores, que é líder do Programa Café da instituição, o pesquisador Armando Androcioli Filho, recebeu o certificado durante o encerramento do evento. O trabalho foi escrito em parceria com o Instituto Emater e indústria de máquinas agrícolas, contando com o apoio do CBP&D/Café (Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café).


Levantar os principais problemas ocorridos na mecanização da colheita do café no Paraná e formular uma proposta que a viabilize em lavouras adensadas foram discussões realizadas pelos autores. Para desenvolver o estudo, propriedades do estado que utilizam algum tipo de máquina para colher café foram visitadas.


De acordo com Androcioli, a cafeicultura paranaense enfrentou diversas mudanças: do modelo tradicional, em 1960 passando pelo sistema mecanizado, em 1970, com alto uso de insumos e o café adensado, a partir da década de 1990. Essa última tecnologia predomina na cultura, com mais de 60% nesse modelo, que trabalha com espaçamento menor entre as linhas de plantio (de 1,5 m a 2,5 m). O adensamento eleva a produtividade do café beneficiado de 7 sacas em 1992 para 28 sacas no ano passado, a mais alta entre os estados brasileiros.


No entanto, hoje há um aspecto que restringe a produção, alerta o pesquisador: a falta de mão de obra, inclusive nas propriedades familiares. “A forma de trabalhar precisa mudar agora, pois existem oportunidades de emprego em outros setores, o que traz uma competição por trabalhadores. A escassez de mão de obra na colheita do café provoca muitos prejuízos e precisamos desenvolver estratégias para não reduzir a área destinada à cultura”, disse Androcioli.


Modificações na condução da lavoura, na infraestrutura da propriedade e na organização dos produtores vão ser aspectos decisivos para viabilizar a mecanização do café adensado no Paraná, observou a pesquisa. Um dos pontos levantados é o trabalho dos cafeicultores ser realizado em conjunto. “A colheita em grupo, o aluguel de máquinas e a otimização da estrutura das propriedades são ações necessárias que devem envolver todos os setores, desde cooperativas, associações de produtores e os governos municipais e estaduais”, lembra o pesquisador.


Outros dois trabalhos também receberam o prêmio: “Reação de cafeeiros Conilon a diferentes populações de Meloidogyne ssp” e “Um modelo de análise do agronegócio”, coordenados pelos pesquisadores Regina Maria Carneiro e Paulo Henrique Leme, respectivamente.


O 6 Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil reuniu mais de 600 pessoas e teve como tema “Inovação Científica, Competitividade e Mudanças Climáticas”. No primeiro dia do evento, o CBP&D/Café lançou sua nova logomarca, recebida em forma de placa pelo Iapar e demais entidades fundadoras do consórcio que promove desde 2000 o simpósio, realizado a cada dois anos.


Nessa sexta edição, o Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural) sediou o evento. O desenvolvimento, a qualidade e a sustentabilidade da produção brasileira de café estiveram em discussão nas palestras, painéis, minicursos e trabalhos científicos expostos no simpósio.


Dentro do painel sobre mudanças climáticas globais, o último do evento, Foi apresentado o serviço Alerta Geada 2009 do Iapar. O instituto também montou um estande no local para mostrar ao público as principais variedades de café desenvolvidas, tecnologias já disponibilizadas para a cafeicultura e publicações do Iapar sobre o tema.


 

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