AGRONEGÓCIOS
26/05/2009
Governo promete juro menor e preço mínimo a cafeicultores
Priscila Machado
SÃO PAULO – O governo federal já definiu as principais políticas de ajuda à cafeicultura para a safra 2009/2010 que começa a ser colhida este mês. As medidas irão desde de garantia de preço mínimo ao produtor até a redução de juros.
De acordo com Manuel Bertone, secretário de produção e agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o ministro Reinhold Stephanes assinou na última quinta-feira uma portaria interministerial definindo os valores e vencimentos do programa de opção. O preço mínimo estipulado será de R$ 303,50 a saca, para os contratos com vencimento em novembro; R$ 309 para janeiro de 2010; R$ 311,70 para fevereiro de 2010 e R$ 314,40 para março de 2010. No primeiro leilão, os contratos poderão contemplar um volume total de 1 milhão de sacas, o segundo de 800 mil, o terceiro de 700 mil e o último, previsto para março, de 500 mil sacas. O volume máximo com o qual cada produtor poderá participar já foi estipulado: 400 sacas.
O Mapa também apresentou proposta de reduzir dos atuais 7,5% para 6,75% ao ano a taxa de juros para empréstimos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Para entrar em vigor, a nova taxa, que seria equiparada ao Funrural, ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Caso as medidas não sejam suficientes para elevar os preços do café, o governo já estuda dinamizar a gestão dos estoques estratégicos. “Se os preços se mostrarem muito frágeis isso poderá ser feito e será incluído no orçamento do Funcafé para 2010”, afirmou Bertone. Segundo ele, a medida seria preventiva, mas sinaliza que o governo vai se mostrar mais ativo nas políticas para o segmento. “O governo está decidido a não deixar o preço descer”, disse.
Segundo Bertone, todas as medidas se fazem necessárias já que o preço mínimo de R$ 261 a saca está abaixo do custo total de produção que é de R$ 282, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Para Carlos Alberto Paulino da Costa, presidente da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), o preço mínimo estipulado pelo governo fica abaixo do que foi reivindicado pelos produtores, de R$ 320 a saca. No entanto, a boa notícia é a redução dos juros dos empréstimos, já que a dívida do setor está inibindo investimentos na lavoura. “É um bom suporte já que o Funcafé empresta R$ 2 bilhões”.
Segundo Paulino, a maior cooperativa do País deverá registrar uma queda no faturamento em 2009, previsto entre R$ 1,3 bilhão e R$ 1,4 bilhão. No último ano, a receita foi de R$ 1,7 bilhão. O volume de vendas também deve se retrair: de 4 milhões de sacas para 3,8 milhões de sacas.
Concorrência externa
A Colômbia, principal concorrente do Brasil no mercado internacional de café, também se organiza para garantir uma receita maior com o produto. De acordo com Gabriel Silva, diretor geral da Federação dos Produtores de Café (Fedecafé) da Colômbia, a produção colombiana passa por um processo de renovação dos cafezais, que engloba 120 mil hectares por ano. Segundo ele, o objetivo é fazer com que a safra alcance 17,6 milhões de sacas em 2014, com plantas de maior produtividade para atender o aumento do consumo mundial. “Com o atual programa de renovação, o governo quer defender o market share da Colômbia no mercado. Não queremos aumentá-lo”, acrescentou. A safra de 2009 na Colômbia deve alcançar cerca de 11,5 milhões de sacas. Isso porque em 2008 houve clima adverso e redução em cerca de 30% na aplicação de fertilizantes.
Em 2014, a expectativa é de que 94% do parque cafeeiro colombiano seja composto por plantas com menos de cinco anos. A diferença entre o preço do produto colombiano e a cotação do contrato futuro na Bolsa de Nova York é recorde. A saca desse tipo de café está cotada com prêmio de cerca de 83 centavos de dólar em relação ao valor do primeiro vencimento em Nova York. O café brasileiro tem um déficit de 20 centavos na mesma comparação.
Especialistas também preveem um aumento da produção mundial de robusta. O produto é considerado mais fácil de produzir e mais rentável para os agricultores. O consumo da variedade também deve aumentar nos próximos anos de 18,1 milhões de sacas para 22 milhões de sacas.
O governo federal já definiu as principais políticas de ajuda à cafeicultura para a safra 2009/2010. As medidas irão de garantia de preço mínimo ao produtor a redução de juros.
Portaria interministerial assinada por Reinhold Stephanes, ministro da Agricultura, definiu que o preço mínimo dos contratos com vencimento em novembro será de R$ 303,50 a saca. O vencimento de janeiro de 2010 terá preço mínimo de R$ 309; fevereiro de 2010, será de R$ 311,70 e R$ 314,40 foi definido para março de 2010. No primeiro leilão, os contratos poderão contemplar um volume total de 1 milhão de sacas, no segundo, de 800 mil, no terceiro, de 700 mil e no último, previsto para março, de 500 mil sacas. O volume máximo com o qual cada produtor poderá participar já foi estipulado: 400 sacas.
O Ministério da Agricultura também apresentou proposta de reduzir dos atuais 7,5% para 6,75% ao ano os juros para empréstimos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Para entrar em vigor, a nova taxa, que seria equiparada ao Funrural, precisa ser aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Caso as medidas não sejam suficientes para elevar preços, o governo estuda dinamizar a gestão dos estoques estratégicos.
O governo federal já definiu as principais políticas de ajuda à cafeicultura para a safra 2009/2010 que começa a ser colhida este mês. As medidas irão desde de garantia de preço mínimo ao produtor até a redução de juros.
De acordo com Manuel Bertone, secretário de produção e agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o ministro Reinhold Stephanes assinou na última quinta-feira uma portaria interministerial definindo os valores e vencimentos do programa de opção. O preço mínimo estipulado será de R$ 303,50 a saca, para os contratos com vencimento em novembro; R$ 309 para janeiro de 2010; R$ 311,70 para fevereiro de 2010 e R$ 314,40 para março de 2010. No primeiro leilão, os contratos poderão contemplar um volume total de 1 milhão de sacas, o segundo de 800 mil, o terceiro de 700 mil e o último, previsto para março, de 500 mil sacas. O volume máximo com o qual cada produtor poderá participar já foi estipulado: 400 sacas.
O Mapa também apresentou proposta de reduzir dos atuais 7,5% para 6,75% ao ano a taxa de juros para empréstimos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Para entrar em vigor, a nova taxa, que seria equiparada ao Funrural, ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Caso as medidas não sejam suficientes para elevar os preços do café, o governo já estuda dinamizar a gestão dos estoques estratégicos. “Se os preços se mostrarem muito frágeis isso poderá ser feito e será incluído no orçamento do Funcafé para 2010”, afirmou Bertone. Segundo ele, a medida seria preventiva, mas sinaliza que o governo vai se mostrar mais ativo nas políticas para o segmento. “O governo está decidido a não deixar o preço descer”, disse.
Segundo Bertone, todas as medidas se fazem necessárias já que o preço mínimo de R$ 261 a saca está abaixo do custo total de produção que é de R$ 282, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Para Carlos Alberto Paulino da Costa, presidente da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), o preço mínimo estipulado pelo governo fica abaixo do que foi reivindicado pelos produtores, de R$ 320 a saca. No entanto, a boa notícia é a redução dos juros dos empréstimos, já que a dívida do setor está inibindo investimentos na lavoura. “É um bom suporte já que o Funcafé empresta R$ 2 bilhões”.
Segundo Paulino, a maior cooperativa do País deverá registrar uma queda no faturamento em 2009, previsto entre R$ 1,3 bilhão e R$ 1,4 bilhão. No último ano, a receita foi de R$ 1,7 bilhão. O volume de vendas também deve se retrair: de 4 milhões de sacas para 3,8 milhões de sacas.
Concorrência externa
A Colômbia, principal concorrente do Brasil no mercado internacional de café, também se organiza para garantir uma receita maior com o produto. De acordo com Gabriel Silva, diretor geral da Federação dos Produtores de Café (Fedecafé) da Colômbia, a produção colombiana passa por um processo de renovação dos cafezais, que engloba 120 mil hectares por ano. Segundo ele, o objetivo é fazer com que a safra alcance 17,6 milhões de sacas em 2014, com plantas de maior produtividade para atender o aumento do consumo mundial. “Com o atual programa de renovação, o governo quer defender o market share da Colômbia no mercado. Não queremos aumentá-lo”, acrescentou. A safra de 2009 na Colômbia deve alcançar cerca de 11,5 milhões de sacas. Isso porque em 2008 houve clima adverso e redução em cerca de 30% na aplicação de fertilizantes.
Em 2014, a expectativa é de que 94% do parque cafeeiro colombiano seja composto por plantas com menos de cinco anos. A diferença entre o preço do produto colombiano e a cotação do contrato futuro na Bolsa de Nova York é recorde. A saca desse tipo de café está cotada com prêmio de cerca de 83 centavos de dólar em relação ao valor do primeiro vencimento em Nova York. O café brasileiro tem um déficit de 20 centavos na mesma comparação.
Especialistas também preveem um aumento da produção mundial de robusta. O produto é considerado mais fácil de produzir e mais rentável para os agricultores. O consumo da variedade também deve aumentar nos próximos anos de 18,1 milhões de sacas para 22 milhões de sacas.