George Soros no Brasil
Na agenda, participação no Ethanol Summit e reunião com seu staff da
Adecoagro
Um dos maiores investidores do mundo, George Soros está no Brasil esta semana
cumprindo uma agenda que inclui, entre outros compromissos, a participação no
São Paulo Ethanol Summit, promovido pela UNICA – União da Indústria de
Cana-de-Açúcar, na segunda e terça-feira (4 e 5), e reuniões com o staff da
Adeco agro: empresa produtora de alimentos e de energia renovável, com negócios
no Brasil, na Argentina e no Uruguai, da qual Soros é um dos principais
acionistas.
Criada em 2002 e inicialmente atuando apenas no mercado agropecuário
argentino, a Adeco agro está no Brasil desde 2004, quando adquiriu três fazendas
no oeste da Bahia e no sudeste de Tocantins. Em novembro de 2005, o grupo deu
início às atividades no setor de agroenergia, com a aquisição da Usina Monte
Alegre, em Minas Gerais, que foi visitada no domingo por George Soros. A Monte
Alegre processa 1 milhão de toneladas de cana, produz mais de 30 milhões de
litros de álcool hidratado (etanol) e 80 mil toneladas de açúcar por ano.
Cultiva, na região, 14 mil hectares de cana-de-açúcar que garantem o
abastecimento da empresa, que tem no Açúcar Monte Alegre seu principal produto.
Os negócios da Adecoagro em agroenergia, entretanto, não se limitam à Usina
Monte Alegre. “Está em andamento a criação de uma grande empresa de etanol, no
Estado do Mato Grosso do Sul, que fará a receita anual do grupo saltar dos
atuais US$ 125 milhões para US$ 600 milhões em oito anos”, diz Marcelo Vieira,
executivo que responde por este setor na empresa. ” Acreditamos que o etanol da
cana-de-açúcar seja a melhor opção em biocombustível e pretendemos com este novo
projeto ter uma crescente participação nesse mercado”, explica Leonardo Berridi,
diretor da Adeco agro no Brasil.
O novo projeto sucro-alcooeleiro
Ocupando uma área de 150 mil hectares, nos municípios de Angélica e Ivinhema,
no Estado do Mato Grosso do Sul, o novo projeto da Adeco agro contará com três
usinas para a produção de energia renovável à base de cana-de-açúcar. Em 2015,
prazo para que todas as unidades estejam operando, Adeco agro terá capacidade de
processar 11 milhões de toneladas de cana, o que colocará a empresa entre as
líderes do País. O novo empreeendimento exigirá, no total, investimentos de US$
1 bilhão.
O projeto começou a ser implantado em março de 2006, com a instalação de
viveiros de cana-de-açúcar e o início da construção da primeira usina de
processamento – Angélica Agroenergia. As obras estão adiantadas, e neste mês de
junho os equipamentos já começam a ser montados. Esta primeira usina terá uma
capacidade de processamento de 3,5 milhões de toneladas de cana por ano,
iniciando a moagem em maio de 2008.
A escolha desta região, no sudeste do Mato Grosso do Sul, teve como razões as
condições climáticas e a boa qualidade dos solos que, somadas à disponibilidade
de grandes áreas com excelente topografia, facilitará notavelmente a logística
do projeto. A Adeco agro contou também com o apoio das autoridades, já que este
projeto ajudará no desenvolvimento sustentável da região, hoje predominantemente
dedicada à pecuária extensiva. A Angélica Agroenergia vai gerar 1.700 empregos,
e os trabalhadores estão sendo recrutados na região e treinados por
profissionais da Usina Monte Alegre.
Soja, milho, algodão e café…
A Adecoagro nasceu de um projeto de investidores norte-americanos e
argentinos buscando introduzir um modelo de produção agrícola eficiente,
explorando as melhores qualidades de cada uma das regiões aonde atua, e focado
nos resultados, com a aquisição da Usina Monte Alegre incorporou como
investidores seus antigos proprietários. Hoje, somando todos os negócios, a
Adeco agro possui 235 mil hectares de terras próprias, sendo 200 mil na
Argentina; 30 mil, no Brasil e 5 mil hectares, no Uruguai.
No Brasil, além do interesse no setor de bioenergia, a Adeco agro investe
também na produção de soja, milho, algodão e café. Neste último segmento, a
empresa fez três recentes aquisições: em 2006, comprou a Alfenas Café, uma
trading de cafés especiais no Sul de Minas, e a Fazenda Lagoa, em Barreiras, na
Bahia; e em janeiro passado adquiriu 50% da Fazenda Mimoso, também na Bahia.
Produtos e Mercados: perfil
Desde sua criação, em 2002, a Adeco agro está voltada a atividades ligadas à
agricultura e pecuária. A seguir, um resumo dos principais produtos e
mercados:
Trigo, Soja, Milho e Girassol : A tendência para a produção desses grãos é de
seguir melhorando sua eficiência. O manuseio de grandes volumes abrirá
oportunidades para a Adecoagro gerir também grãos de terceiros.
Leite: A Argentina é a líder mundial em termos de otimização dos custos neste
segmento em que a Adeco agro tem um modelo de produção muito eficiente. O
objetivo é seguir melhorando as técnicas de produção para aumentar ainda mais o
volume de leite in natura produzido. A empresa também industrializa o leite em
diferentes tipos de commodities exportáveis: leite em pó (marca Adeco Lattina),
concentrado de proteína do leite (MPC) e gordura anidra do leite (butter oil).
Café: A Adeco agro escolheu a região do Cerrado da Bahia para desenvolver sua
produção de cafés especiais. Ali se produzem cafés finos na escala necessária
para abastecer o mercado internacional, que cada vez mais busca um produto de
alta qualidade com consistência.
Algodão: A idéia é continuar a expandir a área de produção de algodão de alta
qualidade, tanto por meio da aquisição de terras quanto de arrendamento na
região do oeste da Bahia. A verticalização no negócio poderá melhorar de maneira
relevante a qualidade e competitividade do produto da Adeco agro.
Arroz: A intenção é continuar a expandir tanto mediante a compra de terras
quanto por contratos de arrendamento. A capacidade de processamento e
beneficiamento também deverá seguir paralelamente ao volume de produção, com a
industrialização do arroz próprio, comercializado a partir desse mês em Minas
Gerais com a marca Monte Alegre.
Criação de Gado : A Adecoagro tem um grande rebanho e continuará
aperfeiçoando a eficiência de suas práticas de gestão neste negócio.
Modelo de Produção
O modelo de produção adotado pela Adeco agro é o de grande escala e tem na
sustentabilidade seu eixo principal Esse sistema leva em conta tanto a
viabilidade econômica, quanto a social e a ambiental. A base do sistema
sustentável é poder suprir as necessidades presentes sem comprometer a
capacidade das gerações futuras para proverem suas próprias necessidades,
preocupando-se com a preservação do ecossistema e da biodiversidade em nosso
planeta.
A Adeco agro é membro do “Sustainable Food Laboratory,”, organismo formado
por empresas, organizações públicas e da sociedade civil de todo mundo, cujo
objetivo é acelerar este movimento de sustentabilidade e integrar nele a toda a
cadeia, do produtor até o consumidor.
Adeco agro – www.adecoagro.com