O oeste de Minas Gerais registrou um dia com precipitações, logo no início do mês. Não há previsão de chuvas até o final do mês, mas a passagem de duas frentes frias, uma por volta do dia 16 e outra por volta do dia 20, aumentarão a umidade relativa do ar e impedirão a secagem do produto ao ar livre. Simulações mais estendidas indicam possibilidade de chuvas nos últimos dias de agosto. E na próxima primavera, com o enfraquecimento do fenômeno La Niña e o retorno da neutralidade climática, espera-se o retorno das chuvas dentro de seu momento normal, entre setembro e outubro. Ou seja, não teremos o atraso das chuvas registrado em 2007.
No Sul de Minas Gerais e na Região Mogiana, em São Paulo, tivemos chuvas bem mais freqüentes. A passagem de duas frentes frias provocou todo o acumulado de junho nos primeiros oito dias do mês, apenas. E para piorar, os simuladores indicam chuvas e umidade neste dia 16 e a partir do dia 19 de junho. Ainda há previsão de mais frentes frias por volta dos dias 02, 11, 19 e 27 de julho, 14 e 27 de agosto e 03 de setembro. Ou seja, não há previsão de períodos prolongados de tempo seco e o produtor de café terá que se planejar para a colheita neste ano. Com relação ao frio intenso, depois de um alarme falso por volta do dia 06 de junho, desde então, nenhum simulador voltou a indicar a possibilidade de geadas para as áreas produtoras até o final do inverno. De qualquer forma, alertamos para a entrada de ondas de frio continentais que, se não irão trazer geadas, irão trazer muitas especulações e mudança no preço do café nos próximos meses. E por fim, na próxima primavera, com o enfraquecimento do fenômeno La Niña e o retorno da neutralidade climática, espera-se o retorno das chuvas dentro de seu momento normal, entre setembro e outubro. Ou seja, não teremos o atraso das chuvas registrado em 2007.
No leste de Minas Gerais e no Espírito Santo, a situação neste momento é um pouco melhor que a registrada no ano passado. Depois de um mês de abril chuvoso, tanto em 2007 quanto em 2008, as chuvas voltaram a escassear nas duas regiões. Mesmo assim, o déficit é um pouco menor que no ano passado. Para os próximos dias, a passagem de uma nova frente fria deve trazer chuvas fracas entre 16 e 17 e entre 22 e 24. O mês de julho deverá registrar chuvas constantes e com baixo acumulado e, em agosto, há previsão de chuvas mais fortes, porém intercaladas por períodos prolongados de tempo seco. Se por um lado, as chuvas atrapalham a colheita e secagem do café, por outro lado, a umidade do solo não deverá ser tão baixa quanto no ano passado. Não teremos uma estiagem tão severa quanto a registrada em 2007.
No oeste de São Paulo, região de Marília, e norte do Paraná: trata-se da região mais suscetível à entrada de ondas de frio no decorrer deste inverno. A situação climática beirando a neutralidade poderá fazer com que uma onda de frio desprenda da Argentina e chegue às áreas de café, provocando algum dano. E se não provocar dano, mesmo assim o preço do café deverá oscilar bastante em função da especulação. Os simuladores indicam mais algumas ondas de frio: logo do início de julho, entre 25 e 28 de julho, por volta do dia 15 de agosto e por volta do dia 29 de agosto. Além disso, há previsão de chuvas com a passagem destes sistemas. As chuvas mais constantes neste ano atrapalharão bastante a colheita do café. Mas por outro lado, as chuvas manterão a umidade do solo em níveis razoáveis. E por fim, na próxima primavera, com o enfraquecimento do fenômeno La Niña e o retorno da neutralidade climática, espera-se o retorno das chuvas dentro de seu momento normal, entre setembro e outubro. Ou seja, não teremos o atraso das chuvas registrado em 2007.
As informações são de Celso Oliveira, meteorologista da Somar.