ESTADO DE MINAS – Cafeicultores protestam por medidas do governo

AGROPECUÁRIO
23/03/2009 
 
Café pede socorro
Produtores protestam por medidas do governo
 
A marcha pelo café, parte do movimento SOS Cafeicultura, ocorrida em Varginha, no Sul de Minas, dia 16, mobilizou cerca de 25 mil pessoas, envolvendo não só os produtores rurais, mas também representantes de toda a cadeia, que dependem direta ou indiretamente da cultura. Os homens do campo marcharam ao lado de comerciantes, funcionários públicos e também dos empregados. O objetivo da marcha foi sensibilizar a sociedade em geral e os governo para a situação atual da cafeicultura brasileira.


A crise financeira mundial derrubou os preços da saca do grão no mercado internacional. Nos últimos dias, a saca foi cotada a R$ 250, levando-se em consideração o café tipo arábica, o mais valorizado. Porém, os custos para produzir os 60 quilos chegam a R$ 300. De acordo com o movimento, há 10 milhões de postos de trabalho ameaçados na cadeia movida pela cafeicultura. Desses, 2,2 milhões são diretos, no campo.


Depois da marcha, os organizadores do SOS Cafeicultura assinaram a Carta de Varginha, que será entregue ao governo federal pelo governador Aécio Neves. Segundo o secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gilman Viana Rodrigues, a crise que atingiu o café não é nova. Porém, se tornou mais grave com a turbulência internacional. “O café já vinha patinando”, diz. “O movimento foi fruto do custo elevado em um cenário de preços não remuneradores na venda. Nos últimos sete anos a situação se agravou”, explica. O estado responde por cerca de 50% da produção nacional de café, que deve chegar a 36 milhões de sacas, este ano.


Na Carta de Varginha, os cafeicultores pedem a conversão das dívidas em produto físico (sacas), a um preço base de R$ 320 pelo prazo de 20 anos. Também querem a implantação de um programa de leilões de opções públicas de venda de café, com suporte orçamentário de cerca R$ 1 bilhão para aquisição de 3 milhões de sacas. 

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