Embrapa recebe visita do presidente da Illy Caffé

Ernesto Illy, presidente honorário da empresa italiana, que é uma das maiores do mundo no processamento de café expresso, veio discutir futura cooperação com a Embrapa para aumentar a qualidade do café.

Brasília, 13 de novembro de 2006 – A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 40 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, recebeu hoje a visita do Presidente Honorário da empresa italiana IllyCaffè, uma das maiores do mundo no processamento de café expresso, há mais de 70 anos no mercado, e que hoje é responsável pela exportação do produto para 144 países. O objetivo foi discutir as prioridades de pesquisa para um projeto de cooperação técnica que começará a ser desenvolvido entre as duas instituições a partir do próximo ano, especialmente na área de biotecnologia, envolvendo pesquisas de genômica e protêomica (estudo das proteínas), visando aumentar a qualidade do produto.

Ernesto Illy foi recebido pelo Chefe-Geral da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, José Manuel Cabral, e pelo Gerente-Geral da Embrapa café, Gabriel Bartholo, além de pesquisadores das duas unidades, e conheceu os laboratórios onde são desenvolvidas as pesquisas de biotecnologia do cafeeiro, incluindo análises de genômica e proteômica, transformação genética e clonagem de mudas. Depois, ele almoçou com o Diretor-Presidente da Embrapa, Sílvio Crestana e com o Secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, Linneu da Costa Lima, além de outros representantes do Ministério e da Embrapa.

Segundo o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Alan Andrade, a interação entre as duas instituições começou em 2005, durante o seminário “Genetically Modified Coffee”, promovido pela Organização Internacional do café (OIC), em Londres, quando os representantes da IllyCaffè demonstraram interesse pelas pesquisas de biotecnologia desenvolvidas pela Embrapa, especialmente nas áreas de genômica, proteômica e transformação genética de plantas. O objetivo central da empresa IllyCaffè, como explica Andrade, está relacionado com a qualidade do produto, englobando os aspectos de florescimento uniforme, desenvolvimento do fruto e os conhecimentos associados aos fatores genéticos determinantes da qualidade, aroma e sabor. E a integração entre as pesquisas de genômica e proteômica representa uma metodologia poderosa para incrementar os estudos funcionais associados à qualidade do fruto.

Cooperação será centrada basicamente na qualidade do café e germinação das sementes

A cooperação técnica entre a Embrapa e a IllyCaffè vai englobar duas linhas principais, como definiu Illy: aumentar a qualidade do café pela identificação e estudo das proteínas, com o auxílio da genômica e da proteômica; e aumentar o poder germinativo das sementes, a partir de estudos de microscopia para o desenvolvimento de células. Além disso, o Presidente Honorário da Empresa demonstrou interesse também em desenvolver pesquisas em conjunto para aprimorar os processos de pós-colheita do café, como secagem, entre outros.

Segundo Illy, a paixão pela ciência e tecnologia sempre acompanhou a história da IllyCaffè, desde as primeiras invenções nos anos 30 até aos laboratórios de hoje, onde se estudam os aspectos mais profundos da estrutura do café. Por isso, durante os 42 anos em que ocupou a presidência da Empresa, ele incentivou a cooperação com universidades e empresas de pesquisa.

Pesquisas brasileiras impressionam empresário italiano e uma nova reunião é marcada para março de 2007 O presidente da IllyCaffè se mostrou muito impressionado com o alto nível das pesquisas desenvolvidas na área de biotecnologia cafeeira, em parceria entre a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e a Embrapa café, e já confirmou com o Diretor-Presidente da Embrapa, Sílvio Crestana, a realização de uma nova reunião em março, na Embrapa, em Brasília, com representantes das duas empresas para definir as linhas de pesquisa de interesse comum entre as duas instituições, nas quais será centrada a parceria técnica.

“O café é como a chicória”, comparou Illy: “É amargo e para podermos apreciá-lo, temos que nos concentrar na parte olfativa”. Por isso, a IllyCaffè está sempre preocupada em encontrar sistemas não destrutivos associados à qualidade do produto. Por isso, “compreender melhor a interação entre a genômica e a proteômica é um dos nossos maiores desafios hoje”, ressaltou Illy. “Precisamos chegar até o gene e à composição genética do café para manter essa planta em funcionamento, sempre de olho no aumento da qualidade”, complementou ele, lembrando que o maior objetivo da IllyCaffè é “garantir o sorriso no rosto do consumidor de café”.

Fernanda Diniz
Jornalista
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
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