Em dois anos, Brasil pode ter mais oferta de café conilon que o Vietnã

Colheita do Vietnã deve cair para 24 milhões de toneladas, volume de produção que o Brasil pode alcançar em até duas safras, segundo StoneX

23 de maio de 2024 | Sem comentários Produção

Por Globo Rural

O Brasil caminha para ultrapassar o Vietnã em volume de produção de café conilon entre 2025 e 2026. Segundo analistas e traders, os problemas climáticos no país asiático, maior produtor e exportador da variedade, devem reduzir a oferta vietnamita, enquanto a perspectiva para a produção brasileira é de aumento.

A seca que atingiu o Vietnã fez com que estimativas de colheita fossem reduzidas de 26 milhões de toneladas para 24 milhões de toneladas, segundo Fernando Maximiliano, consultor de café da StoneX. Para indústrias, tradings e exportadoras, este deve ser o novo “teto” da produção no Vietnã.

Uma plantação de café murcha devido à seca prolongada e à irrigação insuficiente na Comuna de Ia Krieng, Distrito de Duc Co, Província de Gia Lai, Vietnã. Foto: Tan Luc / Tuoi Tre

Já no Brasil, se não houver eventos climáticos extremos, a produção de conilon pode saltar de 22,7 milhões de toneladas na safra 2024/25 para mais de 24 milhões de toneladas até a safra 2026/27, estima o consultor.

Segundo ele, o Brasil é o único país que pode aumentar a área com conversões de pastagens, em especial no Espírito Santo, principal produtor de conilon. Porém, o cultivo da variedade também pode avançar no sul da Bahia, leste de Minas Gerais e Rondônia.

Brasil e Vietnã respondem por 55% da produção de café no mundo. Com as adversidades no país asiático, o Brasil ganha força como origem da matéria-prima da indústria global, segundo Trishul Mandana, diretor geral de café na Volcafé. Teddy Esteve, diretor-geral na Ecom, concorda. “O mercado está nas mãos do Brasil”, diz.

“Na próxima década, o Brasil passará a oferecer de 75% a 80% do café que o mundo precisa, porque é um país extremamente eficiente na produção e no custo, tendo capacidade para reagir à demanda mundial”, avalia Mandana.

Por outro lado, ele avalia que isso provoca um receio devido à dependência do mundo de poucos produtores, principalmente se houver no Brasil um evento climático extremo que afete a produção.

O diretor global da área de café na Louis Dreyfus Company, Ben Clarkson, admite que a indústria está se beneficiando da oferta brasileira diante da quebra da oferta do Vietnã. Para ele, o Brasil possui eficiência e, se comparado aos produtores asiáticos, é mais atrativo para as empresas da cadeia de processamento de café.

De acordo com Clarkson, o mercado global pode ter um pequeno déficit de café nesta safra por causa das quebras do conilon, ofuscando o cenário de excedente de oferta de café arábica.

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