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Ofício neste sentido, assinado pelos 30 deputados que compõem a Casa, foi enviado ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, ao governador Paulo Hartung (PMDB) e ao secretário de Estado da Agricultura, deputado licenciado César Colnago (PSDB). No documento os parlamentares argumentam que a importação do produto penalizará milhares de famílias, principalmente as que ocupam pequenas e médias propriedades.
Também foram alertadas sobre os riscos da operação entidades como Federação da Agricultura do Espírito Santo (Faes), Cooperativa dos Cafeicultores de São Gabriel da Palha (Coabriel) , Sistema OCB-Sescoop, Fórum dos Secretários Municipais de Agricultura (Fosemag), Federação dos Trabalhadores Rurais do Espírito Santo (Fetaes), Movimento de Pequenos Agricultores e Superintendência Federal do Ministério da Agricultura no Estado do Espírito Santo, entre outras.
O Espírito Santo é o segundo maior produtor de café do Brasil e qualquer influência no mercado poderá trazer uma onda de desemprego por conta da redução no plantio. A maior ameaça é para os produtores de café robusta conilon, uma vez que 80% da matéria-prima usada na produção de café solúvel são dessa variedade e 70% da safra nacional são originárias do Estado.
O Estado conta com 40 mil propriedades rurais que trabalham com a cultura do café, com 330 mil hectares plantados, gerando cerca de 210 mil empregos. No início do ano passado, a Ales se mobilizou para evitar a importação de um milhão de toneladas de café do Vietnã e uma comitiva liderada pelo presidente Guerino Zanon (PMDB) esteve em Brasília para uma audiência com o então ministro Luís Carlos Guedes Pinto.
A mobilização da Ales, na época, com a união de forças políticas e lideranças da sociedade civil organizada, obteve êxito e a operação de importação acabou sendo evitada. “Estávamos prestes a ter um problema gravíssimo, mas no momento em que estivemos ameaçados houve união de forças, e isso tem que acontecer sempre, com todos os segmentos”, disse na ocasião o presidente Guerino Zanon.
As novas ameaças de importação do produto foram publicadas pelo jornal paulista “Valor Econômico”, na edição do dia 6 deste mês, e repercutidas em artigo assinado pelo jornalista Ronald Mansur, em A Gazeta do dia 15 do mesmo mês. Tais notícias causaram preocupação à Comissão de Agricultura da Assembléia, que imediatamente reagiu, conforme informação do coordenador da Comissão, José Roberto Hernandes.
A Comissão de Agricultura, de Aqüicultura e Pesca, de Abastecimento e Reforma Agrária da Ales é presidida pelo deputado Atayde Armani (DEM) e tem na vice-presidência o deputado Luciano Pereira (PSB). Os membros efetivos são os deputados Freitas (PTB), Marcelo Coelho (PSDB) e Cacau Lorenzoni (PP). Os suplentes são a deputada Janete de Sá (PMN) e os deputados Elcio Álvares (DEM) e Doutor Rafael Favatto (PTB).