Dólar fecha a R$ 1,71; Bovespa valoriza 0,96%
A taxa de câmbio brasileira desvalorizou pelo terceiro dia consecutivo. O mercado, no entanto, \”respeitou\” mais uma vez o piso informal de R$ 1,70, preço que muitos analistas consideram bastante resistente e que dificilmente deve ser rompido. O governo reforçou a disposição de conter o fortalecimento do real frente ao dólar.
Nesse cenário, o dólar comercial foi trocado por R$ 1,710 na venda, o que representa uma queda de apenas 0,05% sobre o fechamento de sexta-feira. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,714 e R$ 1,708. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi vendido por R$ 1,830 e comprado por R$ 1,650.
Ainda aberta, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) opera com ganho de 0,96%, aos 68.848 pontos. O giro financeiro é de R$ 5,64 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York tem perda de 0,06%.
Entre as principais notícias do dia, o ministro Guido Mantega (Fazenda) voltou a declarar que o governo deve interferir para evitar uma valorização ainda maior do real frente ao dólar. Fazendo jus à \”artilharia verbal\” utilizada nas semanas anteriores, o ministro afirmou que o mundo vive \”uma guerra cambial\”.
\”Vivemos hoje uma guerra cambial internacional, uma desvalorização cambial generalizada. Isso nos ameaça porque tira a nossa competitividade\”, disse durante evento da Fiesp (federação das indústrias de São Paulo).
\”Há outras medidas na esfera das aplicações em renda fixa ou de alguma especulação que possa haver com capitais de curto prazo e poderemos tomar medidas neste sentido, caso seja necessário\”, acrescentou, após descartar a taxação de investimento estrangeiro, que considerou \”muito positivo\” para o país.
O Banco Central diminuiu hoje sua \”artilharia\” para conter a derrocada das taxas de câmbio. Ao contrário dos últimos dez dias úteis, a autoridade monetária somente entrou uma vez no mercado, realizando seu habitual leilão de compra bem próximo às 16h (hora de Brasília), quando aceitou ofertas por R$ 1,7094 (taxa de corte).
O ministro, no entanto, já havia adiantado que o governo contava com um período de \”calmaria\” após a oferta pública da Petrobras, quando se esperava um ingresso significativo de capital estrangeiro (e portanto, com potencial para derrubar ainda mais o dólar).
Entre outras notícias importantes do dia, o boletim Focus, elaborado pelo Banco Central, mostrou que boa parte dos economistas do setor financeiro revisou para cima suas projeções para o crescimento do PIB e a inflação deste ano. O produto nacional deve crescer 7,53% em 2010, pela mediana das expectativas de bancos e corretoras, ante 7,47%, na semana anterior. Já o IPCA projetado passou de 5,01% para 5,05%.
A projeção da taxa de câmbio continua apontando para o dólar cotado a R$ 1,75 no final deste ano e R$ 1,80 em 2011.
JUROS FUTUROS
No mercado futuro de juros, que serve de referência para o custo dos empréstimos nos bancos, as taxas projetadas avançaram na maior parte dos contratos negociados.
No contrato para novembro deste ano, a taxa projetada subiu de 10,62% ao ano para 10,63%. No contrato para janeiro de 2011, a exceção do dia, a taxa prevista cedeu de 11,67% para 11,66%; e no contrato para janeiro de 2012, a taxa projetada passou de 11,55% para 11,58%.
Os números são preliminares e estão sujeitos a ajustes.
Fonte: Folha Online