CRISTINA CANAS
Agência Estado
O dólar comercial abriu o dia em alta de 0,82%, negociado a R$ 1,836 no mercado interbancário de câmbio. No pregão de ontem, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,33%, cotada a R$ 1,821. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar com liquidação à vista abriu as negociações em alta de 0,69%, a R$ 1,8355.
Esta manhã, o governo divulgou o Plano Anual de Financiamento (PAF) e não se referiu ao Fundo Soberano do Brasil, que era a maior expectativa do mercado doméstico de câmbio. Assim, as decisões de negócios devem continuar sendo comandadas pelo ambiente internacional, que hoje é marcado pela cautela dos investidores. A queda é generalizada nas Bolsas e no mercado de commodities (matérias-primas).
O comportamento beneficia o dólar em detrimento das demais moedas de países desenvolvidos e emergentes. No Brasil, o real segue a tendência. Ontem, com o feriado de aniversário de São Paulo, o único ativo negociado na BM&F foi o dólar à vista, que operou também no mercado interbancário, mas com baixa liquidez.
Quanto às necessidades de dólares do Tesouro para o financiamento da dívida externa, o governo anunciou que faltam comprar somente US$ 2 bilhões e que já adquiriu US$ 5,6 bilhões. Isso poderia roubar parte da alta esperada hoje para o dólar, mas os operadores ponderam que, com a iminência de o Tesouro atuar na compra para abastecer o Fundo Soberano do Brasil, o efeito se diluirá. “A expectativa continua em relação ao FSB e as informações de hoje perdem peso”, disse um especialista.
Ontem, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, reafirmou que o fundo pode ser utilizado para adquirir dólares. Mas acrescentou: “Não estamos aportando grande importância no fundo”. “Com o ingresso dos recursos do pré-sal, acredito que ele poderá ajudar a minimizar o efeito dessa avalanche de dólares que ameaça de ingressar no País. Tem muitos dólares aqui e tem muita gente preocupada com isso. O Fundo Soberano pode ajudar nisso”, disse.