Dificuldade na liberação de crédito preocupa

Por: Agência Estado

O agronegócio brasileiro vai precisar de R$ 150 bilhões para financiar a safra agrícola em 2009/2010, mas por enquanto há sinalização para R$ 100 bilhões, conforme avaliação do presidente da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag), Carlo Lovatelli, durante o seminário Perspectivas para o Agribusiness em 2009 e 2010, realizado ontem em São Paulo.


Em seu discurso, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, assumiu hoje que o sistema de crédito não vai oferecer o montante demandado pelo setor agrícola. “Não discordo dos dados da Abag, mas vamos ter dificuldades para chegar a esse número.


Stephanes disse que o governo está preocupado em fazer com que as mais recentes linhas de crédito disponíveis para a agroindústria cheguem ao tomador final. “O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já disse que não quer mais reunião sobre esse assunto, mas uma solução.” Segundo Stephanes, a visão do presidente Lula é que este é um momento de anormalidade e exige maior disposição dos agentes financeiros para correr risco.


O ministro disse que o governo busca saída para a questão do endividamento rural – assunto também abordado por Lovatelli. Stephanes afirmou, no entanto, que uma solução definitiva para o problema passa pela reformulação de todo o sistema de crédito rural. “Precisamos repensar uma política que englobe financiamento, preços mínimos e seguro agrícola”, observou.


Em Brasília, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro Camargo Neto, afirmou hoje, em audiência na Comissão de Agricultura do Senado, que o principal problema enfrentado pelas empresas do setor é dificuldade em tomar empréstimos bancários. “O setor está sendo muito prejudicado pela crise financeira e a falta de crédito está ocorrendo até hoje porque os bancos insistem em manter regras de concessão rígidas, como se não estivéssemos numa crise”, afirmou. “Não basta o governo ficar anunciando a liberação de bilhões e bilhões, que não chegam à ponta por causa das regras rígidas dos bancos como o próprio Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)”, acrescentou.

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