Parte da estratégia é premiar os produtores rurais de café, por serviços ambientais prestados
Por CNC
No Dia Mundial da Água, o Conselho Nacional do Café (CNC) destaca a importância de um dos projetos desenvolvidos pela entidade e suas cooperativas, em busca da preservação das matas e vegetações ciliares, dos mananciais e da recuperação de estradas rurais. Trata-se do Programa Café Produtor de Água.
São parceiros do CNC: o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), as Prefeituras Municipais, as cooperativas vinculadas à entidade, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB – Sescoop), o Banco Sicoob, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER-MG).
Parte da estratégia é premiar os produtores rurais de café, por serviços ambientais prestados, que se comprometerem e executarem o conjunto de ações preconizadas pelo Programa. No projeto piloto, realizado em parceria com a Cooxupé e a Prefeitura de Alpinópolis (MG), cafeicultores já foram premiados e se disseram muitos felizes não só por receberem uma premiação, mas por verem resultados reais nas suas propriedades.
Para Vanusia Nogueira, diretora-executiva da Organização Internacional do Café (OIC), “tendências de sustentabilidade, funcionalidade e outras categorias de bebidas criarão novos usos e formas de café”, sugerindo que os produtores brasileiros se atentem a esse novo perfil de consumo.
Silas Brasileiro, presidente do CNC, destaca que o Dia Mundial da Água traz a importante reflexão sobre o cuidado que todos devem ter com o bem mais precioso do planeta. Segundo ele, o Programa prova que o café do Brasil segue na vanguarda da produção sustentável. “Os resultados são visíveis com a melhoria das estradas vicinais, recuperação de nascentes, preservação dos mananciais e das matas ciliares nas propriedades onde o Produtor de Água atua. Nossas cooperativas e nossos parceiros não estão medindo esforços para transformarem o programa em uma referência para a cafeicultura mundial”, explica.
Sobre o programa
Os objetivos são bem claros: cuidar do meio ambiente com a preservação das matas ciliares, protegendo os mananciais, além de proporcionar a recuperação de estradas vicinais, fundamental para escoamento da produção e melhoria da qualidade de vida da população rural. Como consequência, evitará o assoreamento de rios e lagos, promoverá proteção de nascentes, oferecerá a construção de bacias de contenção, evitando assim, erosões.
“Como é uma parceria entre nossas cooperativas, as prefeituras municipais, o Mapa, a OCB – Sescoop, o Banco Sicoob, a ANA, o IICA e a EMATER-MG, visamos não só a preservação dos mananciais e das matas ciliares, mas a conservação das estradas para o escoamento da produção. Todos se envolvem, o município com as máquinas e equipamentos para dar uma condição de conforto para o produtor, e também evita os assoreamentos. Quanto ao mercado, o programa responde a maior preocupação do regulamento aprovado recentemente pela União Europeia que é a preservação dos mananciais, evitando falta de água nas localidades. Nós do café, com o programa, estamos avançando mostrando que temos capacidade para isso, saindo na frente, na vanguarda. É uma iniciativa que mostra para o mercado exterior que o Brasil, o maior produtor de café do mundo, se preocupa com nossos recursos hídricos. Esse projeto é extraordinário”, desta o presidente do CNC.
Expansão do programa
Após o sucesso das ações experimentais, a expansão do programa foi solicitada pela Minasul e outras cooperativas associadas do CNC, sendo que a região do Cerrado Mineiro (RCM) já está em processo avançado de instalação do Produtor de Água. O projeto será realizado em Monte Carmelo (MG), conduzido pela Monteccer, com o apoio da prefeitura da cidade e do DMAE.
“Estamos em fase de apresentação dos levantamentos realizados sobre a situação da Bacia do Rio Santa Bárbara. O próximo passo será a promoção de um encontro com os produtores que têm suas propriedades ligadas à bacia, para que possamos apresentar a proposta de melhorias as quais fazem parte do Produtor de Água”, explica Devanir Garcia, consultor do programa.
O prefeito de Monte Carmelo, Paulo Rocha, considera um grande avanço da agricultura regional a execução do projeto no município. “Estamos felizes de participar desse projeto juntamente com o CNC, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), a monteCCer e os demais parceiros. Toda a comunidade será beneficiada com esse grande projeto”, destaca.
Para o presidente da MonteCCer e conselheiro do CNC, Franscisco Sérgio de Assis, a preocupação com a sustentabilidade da produção cafeeira no Cerrado Mineiro sempre foi prioridade. “Água é vida. O Café Produtor de Água é uma iniciativa que vem da esfera federal e de mãos dadas com o CNC, prefeitura, Dmae, Emater, Universidades, será de grande utilidade para toda a comunidade carmelitana”.
Régis Salles disse que o programa terá um plano de ação para rapidamente colher resultados positivos. “Esse programa será implementado para que nossa cidade e nossos produtores tenham um insumo necessário em curto, médio e longo prazos. Assim, haverá produção de cafés diferenciados cada vez mais sustentáveis”, explicou o superintendente da monteCCer.
O secretário de Agronegócio e Meio Ambiente de Monte Carmelo, Antônio Augusto Carvalho Costa, destacou a importância dos parceiros. “São entidades de alto nível. Vamos somar forças para trazer soluções para nossos produtores rurais e para o município como um todo. Vamos manter, preservar e conservar nosso meio ambiente. Como plus vamos ter a melhoria considerável das nossas estradas rurais”.
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