Crise econômica é discutida pelos cafeicultores

30 de novembro de 2008 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: 30/11/2008 12:11:29 - Diário da Franca

Técnicos afirmam que produtor deve ficar atento ao cenário atual para evitar problemas na próxima safra


Da Redação/DF


Dezenas de produtores de café participaram de um seminário no Centro Universitário Uni-Facef para acompanhar detalhes sobre a crise econômica mundial. A proposta apresentada pela Cocapec – Cooperativa dos Cafeicultores e Agropecuaristas de Franca – foi de traçar um panorama e estreitar informações junto aos cafeicultores.

O encontro com os produtos partiu dos comitês educativos da Cocapec, sediados em Capetinga (MG), Ibiraci (MG), Claraval (MG) e Pedregulho (SP). O encontro foi realizado dia 26 de novembro no salão nobre da UNIFACEF.
Maurício Miarelli, diretor presidente, e Anselmo Magno de Paula, gerente de comercialização de café, apresentaram informações aos cooperados e convidados referentes à atual crise econômica mundial, os reflexos no mercado de café e as perspectivas para cenários futuros. Miarelli relatou, ainda, as ações propostas pelas instituições representativas do setor cafeeiro ao Ministério da Agricultura.
“Decidimos realizar esta reunião conjunta dos comitês para apresentar um panorama atualizado dos reflexos desta crise econômica mundial, bem como esclarecer as dúvidas mais freqüentes dos cooperados”, afirmou Miarelli.
Miarelli se diz nem pessimista, nem otimista, mas sim realista. “Antes do anúncio oficial desta crise, particularmente eu enxergava um ‘horizonte de 2 anos para o café’. Agora, consigo enxergar apenas 2 meses. Não estou pessimista, mas recomendo ao cafeicultor que seja realista, que continue investindo nas lavouras, mas otimize seus custos de produção, que tenha cautela – principalmente em novos investimentos -, que não invista em lavouras improdutivas – vale mais arrancar lavouras que dão prejuízos do que investir onde não vai ter retorno”, orientou.
Anselmo Magno de Paula apresentou vários cenários do mercado de café, comprovando que mesmo em época de crise mundial, o café continua sendo uma excelente atividade. “O consumo mundial de café continua estável até mesmo para os mais pessimistas. Os preços das commodities estão abaixo das médias históricas, mas o do café vem se mantendo estável desde o começo do ano. Não melhorou de preço, mas não despencou como a soja, o milho, o petróleo, etc.”, afirmou Anselmo.
De acordo com o gerente, o cafeicultor deve ficar atento ao cenário atual do café: custo de produção alto, oferta curta, estoques baixos e demanda estabelecida. “A grande dificuldade na atividade, hoje em dia, é a falta de crédito. Neste exato momento do cenário mundial, o mercado de café está ‘travado’. Ninguém compra, ninguém vende. Como o mercado não compra da cooperativa, esta tem dificuldade de adquirir o produto do cooperado, visto que não há crédito facilitado nas instituições bancárias”, afirmou Anselmo.
Miarelli ainda enumerou ainda diversas ações já tomadas pelas instituições que representam a cafeicultura no Brasil, em destaque as medidas apresentadas ao ministro Reinhold Stephanes, do Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária, como a correção de preços mínimos, alocação de recursos de financiamentos, garantia de recursos suficientes para custear a safra 2008/2009, agilidade na formalização de operações de crédito.
O presidente da Cocapec reforçou o pedido de cautela para os cafeicultores, mas que não deixassem de investir na atividade. “Os reflexos desta crise na cafeicultura poderiam ter sido muito piores se os cafeicultores não estivessem reunidos em cooperativas. Apenas como exemplo, os fertilizantes praticamente dobraram de preço da safra passada para esta. Mas através de ações da Cocapec, o aumento ficou na casa dos 30% apenas”, afirmou.
De acordo com Miarelli, o mercado de café tem futuro garantido. “Apenas o chocolate e o café são produtos com preços inelásticos no mercado mundial. Ninguém deixa de tomar café, pelo contrário, mesmo neste cenário de crise, o consumo continua em alta, principalmente no Brasil”, finalizou.
 

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