Crédito rural ganha reforço de R$ 2 bi

Por: O Estado de S. Paulo

Medida usa recursos da poupança rural e entra em vigor em 1º de julho


BRASÍLIA


O governo anunciou ontem um reforço de R$ 2 bilhões para o crédito rural. O Conselho Monetário Nacional (CMN) aumentou a exigência de direcionamento dos depósitos da poupança rural para empréstimos a produtores. A medida, que entra em vigor em 1º de julho, fará com que 68% do saldo das cadernetas sejam destinados ao financiamento rural.


Antes, a exigência era de 60%. O objetivo da mudança é reforçar os recursos disponíveis para a safra 2009/2010. A poupança rural é operada principalmente pelo Banco do Brasil, mas também por outras instituições, como Banco da Amazônia e Banco do Nordeste.


O secretário adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, informou que haverá uma reunião extraordinária do CMN entre 10 e 15 de junho, para aprovar medidas relativas ao Plano de Safra 2009/2010.


Segundo ele, o plano está sendo concluído e o governo está em fase de consolidação das propostas. Durante a semana, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, informou que devem ser destinados R$ 93 bilhões para a agricultura comercial e cerca de R$ 15 bilhões para a agricultura familiar.


O CMN também anunciou que será proibido resgatar antecipadamente depósitos a prazo – os RDB – feitos com a garantia especial de até R$ 20 milhões do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). A medida vale apenas para as novas aplicações. As garantias foram instituídas em março para ajudar bancos pequenos e médios que não vinham conseguindo recursos.


A decisão anunciada ontem visa impedir o “descasamento” entre os depósitos e os empréstimos realizados com esses recursos. Segundo o diretor de Liquidação do Banco Central, Gustavo Matos do Vale, o resgate antecipado pode criar problema para as instituições financeiras, que teriam de captar mais depósitos até o fim desses financiamentos.


Segundo ele, dos R$ 6 bilhões já depositados com a garantia especial, cerca de R$ 1,8 bilhão tem cláusula que permite o resgate antecipado. Entre as demais operações, o prazo médio dos depósitos tem ficado entre 10 meses e 12 meses.


 

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