Concurso de café seleciona melhores da Bahia

VITÓRIA DA CONQUISTA (DA SUCURSAL SUDOESTE) –

10 de outubro de 2005 | Sem comentários Cafés Especiais Produção
Por: JUSCELINO SOUZA / A Tarde

Mais de 160 amostras de cafés finos, representando 90 municípios baianos, foram inscritas na etapa de classificação para o 4º Concurso de Qualidade Cafés da Bahia. A seleção aconteceu pela primeira vez no município de Vitória da Conquista, a 509 km de Salvador.

Durante três dias, de 4 a 6 deste mês, uma equipe de oito degustadores avaliou as amostras, no Laboratório de Classificação de Café da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Dispostos ao redor das mesas de prova, os degustadores classificaram e anotaram numa planilha os itens avaliados (cor, doçura, acidez, corpo, sabor, gosto remanescente, balanço).

Concluída esta primeira etapa, nos dias 27 e 28, no Hotel Catussaba em Salvador, será realizada a segunda fase, da qual terão acesso somente os cafés que receberam nota acima de 8 (a avaliação vai até 10). “A gente tem até dificuldade em ranquear (classificar) esses cafés. Procuramos nuances, coisas que uma pessoa sem prática não consegue fazer”, destacou o coordenador da degustação, José Carlos Novaes.

Dia 29, ainda em Salvador, os 30 melhores cafés da Bahia serão premiados. Degustadores de todo o País, de nível internacional, irão provar e escolher os 30 melhores cafés. “Os dois primeiros colocados já estão classificados com os melhores do Brasil no Concurso Nacional feito pela Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic)”, explica o presidente da Associação de Produtores de Café da Bahia (Assocafé), Eduardo Salles.

“Costumo dizer que este concurso é o nosso processo de inclusão social na cafeicultura, isto porque o micro, pequeno e médio produtor nunca teriam condições de mostrar seu café para o mundo não fossem estes concursos”, emenda. “Ano passado, por exemplo, o segundo colocado nacional, que é da Bahia, vendeu 10 sacas de café por R$ 3,1 mil cada”. O valor normal gira em torno de R$ 220.

O produtor conquistense Isaias de Souza Silva, que cultiva a 928 metros de altitude, na região da Limeira, é detentor do título de “melhor café natural do País”. Ele inclusive vendeu o produto ainda no concurso e já recebeu a visita de compradores em sua fazenda interessados em adquirir a safra seguinte.

DESTAQUE – Na busca pela qualidade, Chapada Diamantina, planalto de Conquista e oeste travam uma “batalha” saudável na cafeicultura e o resultado, conforme avaliam os especialistas, se traduz em cafés tipo exportação e maior valor agregado. Embora a disputa seja evidente, Salles minimiza, sustentando que são duas realidades distintas. “O café do oeste está nas mãos de apenas 70 agricultores, que produzem em torno de 600 mil sacas”, diz, avaliando que “o café é de altíssima qualidade, porém com investimento alto para a produção”. Nas regiões mais tradicionais, como Chapada e planalto, a cafeicultura gera milhares de empregos, mantendo uma qualidade alta.

No concurso anterior, dentre dez finalistas, quatro foram da Bahia, inclusive o segundo colocado e o melhor café natural. No concurso da BSCA, sigla em inglês para Associação de Café Especial do Brasil, com a presença de 35 degustadores do mundo inteiro, foram eleitas 36 amostras – seis da Bahia. Na Grécia, a Bahia ficou entre os finalistas e no da italiana Illy Café, uma marca baiana conseguiu as primeiras classificações.

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.