Concurso Cafés de Minas destaca práticas sustentáveis inscrições vão até o dia 9 de setembro 09

Por: 02 de junho de 2009.

Pelo sexto ano consecutivo, Minas Gerais promove o Concurso de Qualidade Cafés de Minas. As inscrições já estão abertas e, até o dia 9 de setembro, os cafeicultores poderão enviar as amostras de café arábica, da safra 2009, para o escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater) mais próximo da propriedade produtora.


A novidade deste ano é a homenagem que será feita para os produtores dos cinco melhores cafés obtidos de acordo com práticas sustentáveis. O gerente da regional da Emater em Passos e coordenador do concurso, Marcos Fabri Junior, explica que, ao se inscrever no concurso, o cafeicultor deverá informar se o café tem algum certificado reconhecido pelo mercado internacional.


“Na cerimônia de premiação do concurso, que coincide com o leilão dos finalistas, serão homenageados aqueles cafeicultores que, além de terem um café de excelente qualidade, também se preocupam com a sustentabilidade do processo de produção”, afirma o gerente. Fabri Junior ressalta que o café certificado não é uma categoria à parte dentro do concurso, que continua tendo como objetivo aferir a qualidade final do produto, em suas características físicas e sensoriais.


Certificação


Todas as propriedades certificadas no Programa Estadual Certifica Minas Café deverão inscrever amostras no concurso. “Os extensionistas da Emater estão orientando esses produtores a participar. E, a partir dos resultados do concurso, poderemos avaliar em que medida o processo de certificação ajuda a melhorar a qualidade do café”, explica o gerente da Emater.


Os critérios do Programa Certifica Minas Café levam em conta o respeito à legislação ambiental e trabalhista, boas práticas agrícolas e rastreabilidade do produto. Durante o processo de acompanhamento para a certificação, feito pelos extensionistas da Emater, os cafeicultores recebem capacitação sobre uso correto de agrotóxicos, manutenção e uso adequado dos equipamentos e manejo da lavoura, desde o plantio até a pós-colheita; e cuidados na armazenagem do café.


Os cinco melhores lotes das categorias: natural e cereja descascado ou desmucilado, classificados para a etapa final, serão ofertados em leilão. O lance mínimo do leilão terá ágio de R$100 (cem reais) por saca de 60 quilos de café beneficiado, sobre o valor de mercado do dia anterior ao leilão. Somente participarão do evento empresas que assumirem compromisso de compra dos lotes.


Os cafeicultores, por sua vez, obrigam-se a manter o lote finalista em estoque, sem comprometimento comercial, até a data do encerramento do concurso, por sua conta e risco. Os organizadores alertam que, em caso de eventual perda de cotação do lote inscrito e armazenado, não haverá indenização. Entretanto, os produtores poderão, a qualquer momento e a seu exclusivo critério, dispor do lote de café. Mas, ao optarem pela venda antes do leilão, serão automaticamente desclassificados.


Critérios de participação


Poderá ser inscrito no concurso o produto que se enquadrar nas seguintes categorias: Café Natural e Café Cereja Descascado e Despolpado/Desmucilado. Somente serão aceitos no concurso deste ano cafés da espécie Coffea arabica L., safra 2009, tipo 2 para melhor, de acordo com a tabela oficial brasileira de classificação de bebida apenas mole ou superior, nas peneiras 16 acima, com vazamento máximo de 5% e umidade máxima de 11,5%. As amostras devem representar fielmente o lote.


A inscrição no concurso é isenta de taxas ou qualquer ônus para o participante e é feita apenas nos escritórios da Emater–MG. Cada amostra deve conter dois quilos de café beneficiado e deve ser acondicionada somente nas embalagens padronizadas, distribuídas pela Emater para o concurso, com o rótulo devidamente preenchido. As amostras de café não serão devolvidas aos seus respectivos donos. Cada cafeicultor poderá participar do Concurso com apenas uma amostra em cada modalidade. O lote deverá ter no mínimo dez sacas e no máximo 30 sacas de café.


O Concurso de Qualidade Cafés de Minas é organizado pelo Governo de Minas por meio da Secretaria de Estado da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Emater e pela Universidade Federal de Lavras (Ufla).


A Comissão Organizadora é composta de 12 integrantes, indicados pela Emater–MG (três, sendo um o presidente da comissão), Ufla, IMA, Secretaria de Agricultura, Centro de Excelência do Café do Sul de Minas, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas – Campus Machado, Epamig, Polo de Excelência do Café e Sindicafé-MG.



Minas lidera produção


Minas Gerais é o maior produtor de café do Brasil, com cerca de 49% do total. Este ano, a safra deve chegar a 19,2 milhões de sacas (de 60 quilos cada). Esta estimativa embute uma projeção de queda de 19% em relação ao volume colhido no ano passado. O principal motivo é o comportamento bianual do cafeeiro, que em um ano produz mais e no ano seguinte apresenta queda na produção. O café é o principal motor da economia de cerca de 400 dos 852 municípios mineiros. As principais regiões produtoras são Sul de Minas, Zona da Mata, Cerrado e Chapada Mineira.



Categorias do concurso



Café natural: O café, logo após colhido, passa por um processo de lavagem e então é levado para secar no terreiro, ao sol, ou em secador apropriado.


Café cereja descascado: Os grãos são lavados e são separados os frutos verdes e secos dos maduros, que passam então por um descascador e somente então vão para a secagem.


Café cereja despolpado e desmucilado: Após a lavagem e separação dos frutos secos e verdes, os grãos maduros passam por um descascador e depois por um tanque de fermentação, ou passam por um equipamento chamado desmucilador, antes do processo de secagem.

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