Classificação botânica do café

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Todos reconhecem facilmente um grão de café torrado, mas a menos que se tenha vivido ou viajado num país produtor de café, poucos são capazes de reconhecer uma planta de café. Podado em forma baixa, mas capaz de atingir mais de 10 metros de altura, o cafeeiro tem as folhas verde escuro, de aspecto ceroso e de implantação oposta.

As cerejas do café desenvolvem-se ao longo dos ramos, sendo necessário um ano após a floração, para que as cerejas amadureçam. Uma vez que o cafeeiro se desenvolve num ciclo contínuo, é comum ver simultaneamente flores, frutos verdes e frutos maduros, numa única planta.

Os cafeeiros podem viver 20-30 anos e são capazes de se desenvolver num largo espectro de climas, desde que a flutuação de temperatura não seja acentuada. No entanto, preferem solos ricos e temperaturas suaves com chuva frequente e o sol encoberto.



Classificação botânica


O café deve a sua herança biológica ao género Coffea. Dentro deste género há mais de 6.000 espécies, pertencentes a árvores e arbustos tropicais. Este género foi descrito primeiramente, no século 18, pelo botânico sueco Carolus Linneaus, que descreveu também a Coffea arábica em Species Plantarum em 1753. Desde sempre os botânicos têm estado em desacordo com a classificação a adoptar, o que é compreensível se considerarmos que as plantas do café podem variar de pequenos arbustos a árvores altas, com folhas de 1 a 40 centímetros de comprimento e cor variando de roxo ou amarelo a verde escuro. Pensa-se que existem entre 25 a 100 espécies de plantas de café.


Família Rubiaceae
Sub-família Cinchonoidea
Género Coffea
Sub-género Eucoffea
Espécie Coffea arábica
Coffea canephora
Coffea liberica
Coffea stenophylla



Na indústria do café, utilizam-se duas espécies de café – C. arábica e C. canephora.


Coffea arábica


Variedades: Bourbon, Typica, Caturra, Mundo Novo, Tico, San Ramon, Jamaican Blue Mountain


A espécie Coffea arábica é descendente das plantas originais, descobertas na Etiópia. Estes cafeeiros produzem um café fino, suave, aromático e representam aproximadamente 70 % da produção mundial de café. No mercado mundial, os cafés arábica têm preços mais elevados.


Os melhores arábicas são cultivados em altitude — geralmente entre 700 e 1.8000 metros de altitude — embora a altitude óptima varie com a proximidade ao equador. Os factores mais importantes são a temperatura e a disponibilidade de água, preferencialmente entre 15 – 24 ºC e 1100-1300 mm de chuva por ano. As plantas são vigorosas mas uma forte geada pode destruí-las. As plantas de Arábica têm um cultivo oneroso, porque os terrenos tendem a ser íngremes e de acesso difícil e porque estas plantas são mais sensíveis a doenças do que as de Robusta, requerendo assim mais cuidado e atenção. Os grãos são mais lisos e mais alongados do que os de Robusta e têm um teor de cafeína mais baixo.


Coffea canephora


Variedade: Robusta


É na África central e ocidental, sudeste Asiático (Indonésia e Vietname) e no Brasil, que se produz a maior parte do café Robusta. A produção de robusta tem aumentado, embora represente apenas cerca de 30% da produção mundial de café. Geneticamente o café Robusta tem menos cromossomas do que café Arábica e o grãos são ligeiramente mais redondos e mais pequenos que os grãos de Arábica. As plantas são mais vigorosas e mais resistentes a doenças e parasitas, o que torna o cultivo mais fácil e mais barato. Tem também a vantagem de poder suportar climas mais quentes, preferindo temperaturas entre 24 e 30 ºC, o que permite o cultivo em altitudes mais baixas do que os Arábicas. Necessita de 1.550 a 2.000 mm de chuva por ano e não pode suportar geada. Em comparação com os Arábicas, os grãos de Robusta originam um café de gosto distinto, com aproximadamente 50-60% mais cafeína.

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