Cecafé rebate conclusões de Rossi sobre números dos estoques de café

O diretor-geral do Cecafé, Guilheme Braga, repele com veemência as declarações ofensivas ao comércio exportador feitas nesta segunda-feira pelo presidente da Conab, Wagner Rossi, ao comentar os resultados do levantamento do estoque de café feito pela própria empresa. Wagner suspeita que o estoque apurado (de 14,6 milhões de sacas) não corresponde ao que foi divulgado.


 “É inconcebível que a Conab, uma empresa contratada pelo setor cafeeiro para realizar os levantamentos de safra e de estoque divulgue números que, no dizer de seu presidente, podem estar inflados. A observação por ele feita de que os dados são fornecidos de modo espontâneo e que por isso podem estar “exagerados”, insinuando de que houve intenção dos exportadores de atender a interesses subalternos é inconseqüente e não corresponde à realidade. As empresas armazenadoras, que detém grande volume de café, disponibilizam seus números por imperativo de lei (a de número 9973, de 29 de maio de 2000). As empresas comerciais o fazem em decorrência de uma gestão feita pelo próprio Cecafé a pedido do Ministério da Agricultura. Essa rotina vem sendo seguida há cinco anos e nunca a Conab levantou suspeita sobre os dados fornecidos – até porque a verificação física e documental sempre esteve à disposição da empresa, como agora”.


 Guilherme Braga também se diz surpreso com o fato de a Conab levantar dúvidas sobre os números divulgados, pois o próprio documento relata como foi feita a pesquisa e sua validação. No item Metodologia está citada a pesquisa feita com estabelecimentos integrantes do Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras, e ainda com indústrias, exportadores e produtores; enquanto no item Estoques afirma-se que: “a validação das informações prestadas foi realizada por técnicos dessa CONAB, através de visita aos armazenadores, escolhidos aleatoriamente, onde é procedida a contagem dos volumes e conferência dos registros de entrada e saída do produto”.  Tal operação, conforme o documento, incluiu 105 estabelecimentos, e o grau de confiança das informações fornecidas alcançou nada menos que 95%.


 Finalmente, quanto à insinuação de que a divulgação de números incorretos de estoque possa ter interferência de exportadores interessados em adquirir o produto mais barato no mercado interno antes de vendê-lo, o diretor-geral do Cecafé alerta: “De um lado essa insinuação aponta má fé, de outro mostra uma desinformação de como o mercado cafeeiro funciona, e da estreita correlação entre preços internos e externos”.


 

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