CARVALHAES – No mês de julho, primeiro mês do ano-safra de café 2009/2010, de ciclo baixo

Boletim semanal do Escritório Carvalhaes- ano 76 – n° 31


Santos, sexta-feira, 7 de agosto de 2009


No mês de julho, primeiro mês do ano-safra de café 2009/2010, de ciclo baixo, o Brasil exportou 5% a mais que em julho de 2008, primeiro mês de uma safra de café de ciclo alto (ou safra cheia). Apesar do volume maior, a receita cambial com as exportações de café neste mês de julho caiu 11,7%. Portanto o preço médio de venda de nossos cafés neste início de safra de ciclo baixo foi menor que no primeiro mês do ano-safra 2008/2009, de ciclo alto.


A turbulência nos mercados com a globalização econômica e a eclosão da crise financeira desorientou também as cotações e o comportamento das bolsas de café, principal termômetro dos negócios. Na imprensa mundial, são inúmeras as análises e artigos denunciando a necessidade de uma maior regulação do sistema financeiro e dos novos e complexos mecanismos implantados nas bolsas ao redor do mundo. Nas últimas semanas diversos jornais publicaram matérias sobre as operações em alta velocidade (HFT – High Frequency Trading) em bolsas americanas, que usam computadores atrelados aos sistemas das bolsas para operações ultrarrápidas, em milionésimos de segundo. Essas operações atestam com clareza a desigualdade cada vez maior entre os operadores tradicionais e os grandes fundos e empresas que se formaram com a globalização econômica. Não existe igualdade de condições e alguma nova regulação terá de ser implantada.


Apesar das imensas distorções e volatilidade trazidas por estes novos mecanismos, que levam os mais diferentes mercados a apresentarem comportamento de manada, subindo ou descendo rapidamente por razões alheias aos fundamentos, muitos mercados físicos ainda lastreiam suas operações de longo prazo nas cotações destas bolsas.


Possivelmente esta é uma explicação para as distorções nos preços do mercado físico de café, onde assistimos nos últimos meses café colombiano sendo vendido muito acima das cotações da bolsa de Nova Iorque, que cota café colombiano posto nos EUA. Ao mesmo tempo o Brasil vendeu seus cafés com deságio sobre as mesmas cotações. Insistimos em usar mecanismos que não são mais viáveis em um mercado que se modificou totalmente.


O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café Verde, informou que no último mês de julho foram embarcadas 2.184.571 de sacas de 60 kg de café. Foram 1.822.360 sacas de café arábica e 131.322 sacas de café connilon, totalizando 1.953.682 sacas de café verde, que somadas a 215.918 sacas de solúvel e 14.971 sacas de torrado, totalizaram 2.184.571 sacas de café embarcadas. Até o dia 6, os embarques de agosto estavam em 75.930 sacas de café arábica e 360 sacas de café conillon, somando 76.290 sacas de café verde, e 8.377 sacas de solúvel. De janeiro a julho de 2009 foram embarcadas pelo Brasil 17.060.131 sacas de café, 13% a mais que as 15.038.002 sacas embarcadas no primeiro semestre de 2008.


Esta semana o mercado físico brasileiro foi mais ativo, com boa procura para todos os tipos de café. A bolsa de Nova Iorque – ICE, em uma semana (do fechamento do dia 31, sexta-feira, até o fechamento de hoje), subiu nos contratos para entrega em setembro próximo, 1005 pontos ou US$13,29(R$24,24) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam no dia 31, a R$315,41, e hoje, dia 7, a R$332,18/saca. Hoje, nos contratos para entrega em setembro, a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 320 pontos.

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.