CAFETERIA – Preços do café da manhã caem nas padarias de BH

Cássia Eponine
Repórter

Segundo pesquisa divulgada ontem pelo Procon da Assembleia, houve uma redução média, entre julho e agosto, de 0,21% nos preços praticados pelas padarias da capital mineira para os principais produtos que compõem a mesa do café da manhã, como pães, leite, queijos, manteiga e requeijão. Dos 32 itens pesquisados pela entidade de defesa do consumidor, 18 tiveram queda de preços, 12 apresentaram alta e dois estabilidade.

O preço do pão francês, carro-chefe do setor, variou de R$ 5,50 a R$ 8,95 o quilo, conforme o estabelecimento pesquisado. O preço médio de agosto (R$ 7,17) foi 0,62% inferior ao praticado em julho (R$ 7,21). Para a pesquisa, foram coletados preços em 30 padarias de seis regiões da cidade. O preço médio mais alto foi o da região Centro-Sul (R$ 8,25), e o mais baixo, da região Norte (R$ 6,12).

“Há uma diferença de custos, dependendo da localização do estabelecimento. Quem tem uma unidade no alto da Afonso Pena, por exemplo, paga mais caro pelo aluguel e gasta mais com o transporte dos funcionários. Já em uma padaria de bairro, o aluguel é mais barato, e é mais fácil encontrar funcionários na própria região”, aponta o presidente do Sindicato da Indústria de Panificação de Minas Gerais, Luiz Carlos Caio Xavier Carneiro.

O gerente comercial da Trigopane, Jeferson Teixeira de Almeida, conta que, nas últimas duas semanas, o preço do leite baixou 10% nos fornecedores. “Em junho e julho, o litro havia subido muito. Tivemos uma redução, mas os valores ainda estão mais altos quando comparados com maio”, relata Almeida, que também contabiliza uma retração de aproximadamente 3% no preço da farinha de trigo. “Com a queda nos preços do leite, aproveitamos para colocar os derivados como queijo, manteiga e requeijão em promoção, como forma de atrair o consumidor que se assustou com o encarecimento”, relata.

A gerente da Trigo da Terra, Geralda Antunes Lobato, conta que a estratégia para conseguir segurar os preços é comprar quantidades maiores. “A farinha, finalmente, se estabilizou. Antes, estava subindo quase toda semana. Agora, está praticamente estável há mês. Já o leite deve cair daqui para frente, com início das chuvas”, relata a gerente.

Segundo o presidente do Sindicato da Panificação, as reduções no preço dos pães também são resultado de uma estratégia das padarias, que estão trabalhando com um mix maior de produtos. “Isso faz com que o custo seja diluído e o faturamento aumente. Já em relação ao leite, acredito que seja um momento de acomodação, após um período de altas. Quando começarem as chuvas, em outubro, é que teremos quedas significativas”, avalia.

A gerente de pesquisa do Procon da Assembleia, Margareth Maria Cintra, destaca que, mesmo que a compra do pão e do leite se dê no próprio bairro, o consumidor deve pesquisar. “É possível encontrar variações de preços dentro de uma mesma região”, aponta. As principais quedas apuradas pela pesquisa foram para os preços médios do quilo do pão sovado (-5,13%), leite longa vida integral Itambé (-1,16%) e Cotochés (-3,21%).