café
Cafeicultores paulistas têm optado de forma crescente pela venda de café por meio de títulos financeiros, sendo um indicativo de modernização das estratégias comerciais. Esta é uma das conclusões da equipe do Instituto de Economia Agrícola (IEA) – Celso Luis Rodrigues Vegro, Carlos Nabil Ghobril, Vera Lucia Ferraz dos Santos Francisco e Maria Carlota Meloni Vicente – , que acaba de publicar uma análise da comercialização de café no Estado de São Paulo.
A pesquisa faz parte do projeto Estratégias Comerciais e Caracterização Socioeconômica da Cafeicultura Paulista, inserido no Programa Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento do café (PNP&D/café), com a coordenação do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do café (CBP&D/café).
Para definir o perfil dos cafeicultores paulistas e identificar as opções de venda do produto foram relacionados indicadores socioeconômicos com aspectos da modernização da comercialização. A amostra (674 elementos) foi aplicada em julho de 2006 e de 2007 (safras 2004/05 e 2005/06), sendo realizadas estimativas de volumes comercializados por agente comercial: cooperativa, exportação/corretagem, indústria e títulos financeiros.
Num contexto de alta competitividade, a modernização dos procedimentos comerciais é necessária quando se almejam maiores ganhos com a atividade econômica. O estudo destaca que “a superação de estruturas comerciais de intermediação e os investimentos em agregação de valor (certificação e qualidade) formam os mais destacados vetores das iniciativas em andamento e, por isso, requerem ferramentas de negócios mais talhadas para esses objetivos”. O texto avalia ainda que o surgimento e a disseminação dos títulos financeiros, principalmente a Cédula de Produto Rural (CPR), constituem uma maneira alternativa de angariar recursos para a condução da atividade produtiva.
De acordo com Celso Vegro, um dos autores da pesquisa, de modo geral, não há uma estratégia fixa para a comercialização. “Existem demandas por parte de produtores em estratégias que busquem agregação de valor e modalidades inovadoras de comercialização. A adoção de um canal pode ser influenciada por fatores relacionados a especificidades do produtor de café”, descreve.
Perfil de comercialização
No Estado de São Paulo, a forma mais utilizada pelos produtores de café na comercialização das safras 2004/05 e 2005/06 foi a corretagem e exportação, com 29,81% e 30,9%, respectivamente. O percentual de venda de café arábica para a indústria decresceu no período, confirmando a preferência das torrefadoras pelo tipo conillon na composição de suas ligas. Por outro lado, a utilização dos títulos financeiros na comercialização exibiu incremento de 92% entre as safras 2004/05 e 2005/06. “As menores taxas de desconto incidentes nos papéis tornam esses títulos mais atrativos para os cafeicultores, além de conferir maior segurança aos agentes envolvidos nas transações comerciais”.
O
avanço dos títulos é bastante concreto tanto na Alta Mogiana como no Centro-Sudoeste. Em ambas as regiões foram desenvolvidos esforços em treinamento e capacitação de agentes comerciais e gerentes de cooperativas visando a adoção das CPRs e demais papéis financeiros na comercialização do café, como venda futura pela BM&F. O perfil destes produtores também denota a condição empresarial que tais avouras são conduzidas, já que cafeicultores que se valem de títulos financeiros exibem maior área com café, produção e produtividade. Segundo os autores, a preferência pelos títulos financeiros é relativamente maior entre os cafeicultores que possuem 2º grau e nível superior, enquanto aqueles que possuem apenas o primário completo comercializam, preferencialmente, junto à cooperativa, exportadores e indústria de torrefação.
Observa-se ainda diferenciação de adoção do canal de comercialização associada à idade do cafeicultor paulista. As médias de idade daqueles que comercializam com cooperativa e indústria estão próximas de 47 anos, a média entre os que utilizam corretagem e exportação é de 43 anos e entre os que comercializam com títulos financeiros é de 58 anos. Vale destacar que 67% dos cafeicultores paulistas estão na atividade entre 30 e 40 anos.
Constatou-se que aqueles produtores que participam efetivamente da administração das explorações são mais propensos a utilizarem títulos financeiros na comercialização, complementadas pelas vendas por meio da cooperativa e diretamente para corretores e exportadores. Em contraposição, os cafeicultores que não participam em nenhuma das etapas produtivas são mais propensos a comercializarem junto a torrefadoras. Em outra situação encontram-se aqueles que comercializam junto às cooperativas, exportadores e corretores, com indicadores de um perfil familiar de condução.
A informação, como ferramenta importante para traçar estratégias competitivas, também foi um dos indicadores analisados no estudo. Na cafeicultura paulista, quanto à forma de acesso às informações sobre a atividade, predomina a consulta aos técnicos da CATI (67,7%), com relevância, também, das Associações e Cooperativas (32,1%) e da presença em dias de campo (20,7%). Ao se considerar o agente comercial, verificou-se que entre os produtores que optam por títulos financeiros, 84% utilizam dia de campo, 59% reuniões de produtores e 51% a Internet para obter informações sobre a atividade.
Para ler o artigo na íntegra acesse: www.iea.sp.gov.br
Cafeicultores paulistas têm optado de forma crescente pela venda de café por meio de títulos financeiros, sendo um indicativo de modernização das estratégias comerciais. Esta é uma das conclusões da equipe do Instituto de Economia Agrícola (IEA) (Celso Luis Rodrigues Vegro, Carlos Nabil Ghobril, Vera Lucia Ferraz dos Santos Francisco e Maria Carlota Meloni Vicente), que acaba de publicar uma análise da comercialização de café no Estado de São Paulo. A pesquisa faz parte do projeto Estratégias Comerciais e Caracterização Socioeconômica da Cafeicultura Paulista, inserido no Programa Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (PNP&D/Café), com a coordenação do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP&D/Café).
Para definir o perfil dos cafeicultores paulistas e identificar as opções de venda do produto foram relacionados indicadores socioeconômicos com aspectos da modernização da comercialização. A amostra (674 elementos) foi aplicada em julho de 2006 e de 2007 (safras 2004/05 e 2005/06), sendo realizadas estimativas de volumes comercializados por agente comercial: cooperativa, exportação/corretagem, indústria e títulos financeiros.
Num contexto de alta competitividade, a modernização dos procedimentos comerciais é necessária quando se almejam maiores ganhos com a atividade econômica. O estudo destaca que “a superação de estruturas comerciais de intermediação e os investimentos em agregação de valor (certificação e qualidade) formam os mais destacados vetores das iniciativas em andamento e, por isso, requerem ferramentas de negócios mais talhadas para esses objetivos”. O texto avalia ainda que o surgimento e a disseminação dos títulos financeiros, principalmente a Cédula de Produto Rural (CPR), constituem uma maneira alternativa de angariar recursos para a condução da atividade produtiva.
De acordo com Celso Vegro, um dos autores da pesquisa, de modo geral, não há uma estratégia fixa para a comercialização. “Existem demandas por parte de produtores em estratégias que busquem agregação de valor e modalidades inovadoras de comercialização. A adoção de um canal pode ser influenciada por fatores relacionados a especificidades do produtor de café”, descreve.
Perfil de comercialização
No Estado de São Paulo, a forma mais utilizada pelos produtores de café na comercialização das safras 2004/05 e 2005/06 foi a corretagem e exportação, com 29,81% e 30,9%, respectivamente. O percentual de venda de café arábica para a indústria decresceu no período, confirmando a preferência das torrefadoras pelo tipo conillon na composição de suas ligas. Por outro lado, a utilização dos títulos financeiros na comercialização exibiu incremento de 92% entre as safras 2004/05 e 2005/06. “As menores taxas de desconto incidentes nos papéis tornam esses títulos mais atrativos para os cafeicultores, além de conferir maior segurança aos agentes envolvidos nas transações comerciais”.
O avanço dos títulos é bastante concreto tanto na Alta Mogiana como no Centro-Sudoeste. Em ambas as regiões foram desenvolvidos esforços em treinamento e capacitação de agentes comerciais e gerentes de cooperativas visando a adoção das CPRs e demais papéis financeiros na comercialização do café, como venda futura pela BM&F. O perfil destes produtores também denota a condição empresarial que tais lavouras são conduzidas, já que cafeicultores que se valem de títulos financeiros exibem maior área com café, produção e produtividade. Segundo os autores, a preferência pelos títulos financeiros é relativamente maior entre os cafeicultores que possuem 2º grau e nível superior, enquanto aqueles que possuem apenas o primário completo comercializam, preferencialmente, junto à cooperativa, exportadores e indústria de torrefação.
Observa-se ainda diferenciação de adoção do canal de comercialização associada à idade do cafeicultor paulista. As médias de idade daqueles que comercializam com cooperativa e indústria estão próximas de 47 anos, a média entre os que utilizam corretagem e exportação é de 43 anos e entre os que comercializam com títulos financeiros é de 58 anos. Vale destacar que 67% dos cafeicultores paulistas estão na atividade entre 30 e 40 anos.
Constatou-se que aqueles produtores que participam efetivamente da administração das explorações são mais propensos a utilizarem títulos financeiros na comercialização, complementadas pelas vendas por meio da cooperativa e diretamente para corretores e exportadores. Em contraposição, os cafeicultores que não participam em nenhuma das etapas produtivas são mais propensos a comercializarem junto a torrefadoras. Em outra situação encontram-se aqueles que comercializam junto às cooperativas, exportadores e corretores, com indicadores de um perfil familiar de condução.
A informação, como ferramenta importante para traçar estratégias competitivas, também foi um dos indicadores analisados no estudo. Na cafeicultura paulista, quanto à forma de acesso às informações sobre a atividade, predomina a consulta aos técnicos da CATI (67,7%), com relevância, também, das Associações e Cooperativas (32,1%) e da presença em dias de campo (20,7%). Ao se considerar o agente comercial, verificou-se que entre os produtores que optam por títulos financeiros, 84% utilizam dia de campo, 59% reuniões de produtores e 51% a Internet para obter informações sobre a atividade.
Para ler o artigo na íntegra acesse: http://www.iea.sp.gov.br
Fone: (11) 50670468.
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Cibele Aguiar
Embrapa Café
http://www.embrapa.br/cafe
cibele@sapc.embrapa.br
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