Com o impedimento de criar barragens nas Áreas de Preservação Permanente (APP), os produtores de café do Cerrado Mineiro encontraram uma solução para manter os reservatórios de água necessários para realizar a irrigação no período de seca: estão sendo abertos reservatórios dentro das próprias propriedades – grandes tanques maiores que 3 hectares.
De acordo com o produtor Leocarlos Mundim, de Monte Carmelo (MG), essa iniciativa começou há dois anos e a resistência dos produtores a ela foi sendo quebrada neste período. Na propriedade de Mundim, o reservatório, que deve ser impermeabilizado, chega a 4,2 hectares, o equivalente a 16 mil pés de café. Contudo, este total permite a irrigação de uma área de 230 hectares por 90 dias, considerando também a evaporação.
Quanto aos custos, ele detalha que cada metro cúbico armazenado custa cerca de R$5. O ideal, como ele detalha, seria a possibilidade de usar o barramento, já que não há necessidade de impermeabilização. Embora não haja um impedimento legal quanto ao uso dessa medida, o produtor conta que o processo para realizá-la é bastante burocrático.
O Cerrado Mineiro enfrentou problemas com altas temperaturas durante os meses de outubro e novembro, acompanhados de um déficit hídrico bastante alto. A expectativa, segundo o produtor, é que a colheita seja 20% menor do que o alto potencial atingido no ano de 2016.