Café toko patrocina a Arte fora das galerias

4 de julho de 2007 | Sem comentários Consumo Torrefação
Por: 04/07/2007 07:07:03 - Tribuna de Minas

Maria Judith Possani
repórter


O juizforano Gerson Guedes é tão mineiro quanto o tradicional cafezinho pedido por aí e cultivado em fazendas da região. Há mais de 30 anos, o artista plástico pinta obras relacionadas a Juiz de Fora e arredores. Em função desse discurso estético que o consagrou, Guedes foi convidado, há dois anos, pela empresa café Toko (com sede em Rosário da Limeira, próximo a Muriaé), a contar a história da bebida preferida do brasileiro. Depois de um ano e meio pesquisando o tema e trabalhando em seu ateliê, no Bom Clima, com assessoria especializada de profissionais da área de história, estavam prontos os 12 painéis de 1mx1,20m em acrílica sobre madeira, narrando a trajetória da bebida, desde sua origem na Etiópia até os dias de hoje. “O café é uma bebida muito social. Ao contrário de outras, anima, mas não embriaga. Quando degustamos um cafezinho, bebemos um pouco da nossa história”, diz Guedes.


Após exposições no CCBM, no Museu Nacional do café, no Rio, além de Ouro Preto e São Lourenço, “café – Sua influência e importância no processo histórico do Brasil” começa um novo ciclo nesta quarta. As obras estarão no Boulevard 40, em, princípio por um mês, quando seguirão por um roteiro percorrendo espaços alternativos em território nacional. Segundo Gerson Guedes, a idéia é levar a leitura plástica sobre a história do café ao maior número de pessoas possível. “As pessoas têm pouco tempo e acabam não visitando galerias. A repercussão desta exposição é muito boa, por isso levá-la a shoppings, a lojas especializadas em café e a espaços alternativos como o Boulevard 40.”


O artista conta que já havia pintado quadros que retratavam o tema, mas aceitou o convite da empresa como um desafio e pela amplitude do projeto, que rendeu-lhe bons frutos. Além de rodar o país, a mostra deu origem a um livro didático sobre o tema, que já foi utilizado em escolas da cidade. Um dos painéis da mostra acabou se transformando na ilustração da embalagem do café Astória, já em sua terceira edição, vendido nos Estados Unidos em lotes considerados os mais valorizados de todos os tempos. Gerson, que acabou vendendo outros quadros no exterior em função da embalagem, ressalta a presença da cidade em algumas imagens. “Aqui em Juiz de Fora, o capital originário do café, que escoava pelas ferrovias, foi para a construção civil e indústria têxtil.”


Formado em desenho e plástica na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), onde hoje é professor de artes e desenho geométrico do Colégio de Aplicação João XXIII, e também em administração de empresas pela Faculdade Machado Sobrinho, Gerson Guedes começou a se interessar por desenho aos 7 anos, quando ainda era engraxate. Aos 12 anos, começou a desenhar rótulos de embalagens na Fábrica de Plásticos Maravilha. Teve como mestres Carlos Gonçalves e Eliardo França. Agora, ele dá início a uma série de seis exposições sobre a história do município. “Juiz de Fora vive um grande momento de transformação, caminhando para ser uma metrópole, com a chegada de shoppings e indústrias. A gente tem que estar muito apegado aos valores, às raízes da cidade, pois isso instiga movimento e qualidade de vida local”, diz Guedes.


‘UniversiArte’
Também será aberta hoje ao público a quarta edição local da “UniversiArte”, mostra que reúne cerca de 200 trabalhos nos corredores da faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (FESJF). A coletiva de artes visuais acontece anualmente e tem o objetivo de aproximar a produção artística do universo acadêmico, como informa a coordenadora do projeto, Rosângela Reis. “Contamos com artistas de Juiz de Fora, Guarani, Cataguases, Barbacena, entre outros”, diz a coordenadora.


Um júri técnico, composto por artistas renomados e professores de artes, além de um júri popular, composto por visitantes, irão avaliar os trabalhos nas categorias escultura, pintura e desenho. Cada vencedor receberá prêmio em dinheiro. Para a coordenadora geral de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da FESJF, professora Cristina Drumond, “a possibilidade de expor trabalhos em uma galeria coletiva é muito interessante para o artista, que pode enfrentar dificuldades para montar uma mostra individual”. Cristina destaca, ainda, os benefícios trazidos por uma atividade como esta para o corpo discente da faculdade. “Nossos alunos poderão conhecer a produção regional e serem estimulados a participar do evento.” A primeira edição da mostra de arte “UniversidArte” foi realizada em 1996, no Rio de Janeiro. A boa repercussão do projeto entre o público carioca acabou por ampliá-lo para 11 estados.


– “café – Sua influência e importância no processo histórico do Brasil”. No Boulevard 40 (Rua José Lourenço Kelmer 1.300 Loja 40 – Centro Comercial São Pedro). Abertura hoje, às 20h. “UniversidArte”. Na Faculdade Estácio de Sá (Av. Presidente João Goulart 600 – Cruzeiro do Sul). Abertura hoje. De quarta a sexta, das 16h às 21h, e aos sábados, das 8h ao meio-dia. Até 31 de agosto.

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