CAFÉ: SAFRA 2008/09 PODERÁ FICAR PRÓXIMA A DE 2006/07 – COOXUPÉ

Por: Agência Safras

Por Lessandro Carvalho / lessandro@safras.com.br

SAFRAS (28) – A safra de café 2008/09 do sul de Minas Gerais e do Brasil não tem de forma alguma como chegar ao volume colhido em 2002/03, quando o país colheu 48,5 milhões de sacas (segundo a Conab – Companhia Nacional do Abastecimento). É o que avalia o gerente de desenvolvimento técnico da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), Joaquim Goulart. O mercado chega a falar que a colheita foi de mais de 50 milhões de sacas em 2002/03.

Goulart indica que a safra poderá chegar ao que foi colhido em 2006/07 no Brasil (42,512 milhões de sacas – Conab), mas não atinge de jeito nenhum 2002/03. “Estamos torcendo para que até passe os números de 2006/07, mas está difícil”, lamenta Goulart. As lavouras das áreas de atuação da Cooxupé, que envolve o sul e cerrado de Minas Gerais e parte de São Paulo, enfrentaram um longo déficit hídrico até setembro, além de outros problemas.

Goulart lembra que em 2002/03 o Brasil colheu 48,5 milhões de sacas (Conab) com uma área de 2,310 milhões de hectares, e produtividade de praticamente 21 sacas por hectare. Hoje a área é menor, avalia Goulart, destaca que em 2007/08 a produção indicada é de 32,6 milhões de sacas, com área de 2,059 milhões de hectares e produtividade de 15,84 sacas/hectare. O Brasil poderia repetir o desempenho de 2006/07, tendo uma produtividade próxima de 20 sacas por hectare, mas não há como alcançar a produtividade de 21 sacas por hectare de 2002/03. 

“Não houve expansão de áreas de café. Além disso, desde 2002 tivemos uma seqüência de safras abaixo do potencial, devido a condições climáticas adversas e tratos culturais piores (em função da falta de recursos dos produtores na crise de baixos preços de 2001/2005)”, analisa o gerente da Cooxupé.

A Cooxupé tem feito o georeferenciamento das áreas de café (por satélite) e Goulart adverte que tem se observado nos primeiros municípios avaliados que a área está inclusive dando de 10% a 15% abaixo do que é oficialmente divulgado.

Já foi feito o trabalho em Guaxupé, Monte Santo, Guaranésia e Arceburgo e a avaliação terá seqüência. Nos anos de crise, muitos produtores trocaram suas áreas de café por soja, milho e cana-de-açúcar, entre outras culturas, defende o gerente.

“Até produzirmos mais que em 2006/07 está difícil com os problemas enfrentados. E o problema é que precisamos de safras médias acima de 40 milhões de sacas diante dos nossos compromissos com o consumo interno e exportações”, diz Goulart. Ele coloca que as lavouras ainda vão passar por fases críticas antes da colheita em 2008 e que é temeroso se falar em números mais precisos de safra. “Tem muita água pra passar por debaixo da ponte ainda”, comenta.

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.