Café: exportações do Brasil e as tendências globais em transformação; confira análises da hEDGEpoint  

Crescimento das exportações é atribuído à maior disponibilidade na safra brasileira 23/24 e aos preços competitivos, remodelando os padrões de destinos

20 de dezembro de 2023 | Sem comentários Exportação

Por hEDGEpoint

As exportações de café do Brasil testemunharam um aumento significativo, atingindo 4,3 milhões de sacas em novembro, ultrapassando a média em 1,3 milhão de sacas (um notável aumento de 42%). ​

Esse crescimento é atribuído à maior disponibilidade na safra brasileira 23/24 e aos preços competitivos, remodelando os padrões de destinos.​

Apesar da redução nas importações, os Estados Unidos continuam sendo o principal destino, recebendo 5,47 milhões de sacas em 2023 (15,63% do total). Destaca-se que o Japão registrou um aumento de 22% nas importações de café brasileiro, relacionado à retirada de estoques, enquanto as importações da China dispararam impressionantes 221%.​

O Brasil conseguiu substituir com sucesso a Etiópia como principal fornecedor de arábica natural para a China, com um aumento de 194% nas exportações impulsionado por diferenciais de preço favoráveis. Essa mudança destaca as dinâmicas em evolução no cenário global do comércio de café.​

Em relatórios anteriores, analisamos o desempenho da demanda nos destinos, com dados da União Europeia sugerindo um crescimento mais forte do que inicialmente esperado, já que a diminuição nas importações não explicava totalmente a tendência nos estoques.​

Entretanto, isso foi uma imagem capturada no ciclo 22/23 e, desde então, as exportações brasileiras aumentaram, alterando o cenário nos destinos. As remessas atingiram 4,3 milhões de sacas em novembro, sendo 3,2 milhões de sacas de arábica e 856 mil sacas de conilon (Figura 1).​

O total ultrapassou a média em 1,3 milhão de sacas, quase 42%. Esse movimento é explicado pela maior disponibilidade na safra brasileira 23/24 em comparação com a 22/23, bem como pelos preços competitivos do Brasil em relação a outras origens.​

Ao considerar a cifra acumulada para 2023 (jan-nov), os Estados Unidos foram o principal destino do café brasileiro, com 5,47 milhões de sacas, ou 15,63% do total (Figura 2). Alemanha e Itália vêm em segundo e terceiro lugares, embora a UE como um todo tenha importado 14,73 milhões de sacas do Brasil este ano (uma redução de 14% em relação ao ano anterior).​

Ao analisar cada país separadamente, os números são surpreendentes – os Estados Unidos importaram 26% a menos em comparação com 2022, a Alemanha 30% a menos e a Itália, 9%. Então, surge a pergunta: dado que o Brasil está exportando mais e os principais destinos estão importando menos, para onde está indo o café?​

Quanto aos destinos tradicionais, o Japão registrou um aumento de 22% nas importações de café brasileiro, mas esse movimento está relacionado à retirada anterior de estoques no país. Considerando dados dos últimos dois anos, os estoques de origem brasileira no Japão diminuíram em 46% – a maior queda entre as origens relatadas.​

Quanto a outros destinos, destaca-se a China: o país importou 1,15 milhão de sacas do Brasil em 2023 – um aumento de 221% em relação às 359 mil sacas relatadas no ano anterior!​

É importante observar que o Brasil assumiu o lugar da Etiópia como principal fornecedor de arábica natural para a China. Do terceiro trimestre de 2022 ao terceiro trimestre de 2023, as exportações da Etiópia para a China caíram 49%, enquanto as exportações brasileiras para o país aumentaram em 194%. Esse movimento se deve principalmente à diferença de preços entre os dois países (o diferencial médio FOB para arábica natural da Etiópia estava em -3 c/lb no período, enquanto o brasileiro good cup ¾ MTGB 14/16 estava em média -17 c/lb).​

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