CAFÉ ESPANTA A CRISE E ATRAI MAIS CONSUMIDORES EM 2009

Nem mesmo a crise afastou os consumidores aficionados por café – que tem seu dia comemorado em 24 de maio. Nove em cada dez brasileiros bebem café diariamente, o que faz dele a bebida mais popular do país, à frente do refrigerante e até do leite. Estudos da Interscience mostram que o consumo de café no Brasil vem crescendo ao longo dos anos, principalmente entre os maiores de 15 anos, perdendo, apenas, para a água e à frente dos refrigerantes.

O consumo interno brasileiro continua crescendo de forma acelerada, ampliado em 570 mil sacas. No período entre Maio de 2007 e Abril/2008, a Associação Brasileira de Indústria de café (ABIC) registrou consumo de 17,45 milhões de sacas, o que representa um acréscimo de 3,43% em relação ao período anterior. O aumento do consumo do café refletiu de forma positiva em estabelecimentos de Belo Horizonte que comercializam a bebida e o grão.

A Enoteca Decanter de Belo Horizonte, loja de vinhos e enogastronomia já já se tornou referência na venda de cafés de alta qualidade. A casa é a única franqueada do café “Lucca” na cidade – marca de Curitiba especializada em café gourmet e reconhecida internacionalmente pela qualidade da sua produção. A responsável pelo crescimento da marca no País é a barista Geórgia Franco de Souza, única brasileira a ter certificação da Associação Norte-Americana de café Especial.

O diretor da Enoteca Decanter, Flávio Morais, conta que o consumo da bebida cresceu 30% nos últimos meses, mercado que tem ignorado a crise. “A procura pelo café gourmet foi tão grande que a venda ultrapassou o nosso objetivo inicial, que era apenas para servir nossos clientes com espressos e drinks. Atualmente estamos também comercializando os grãos que são moídos na hora para o consumidor”. A Enoteca serve cerca de 350 espressos por dia e vende mais de 150kg de grãos por mês. A expectativa do empresário é aumentar as vendas de café em 12% este ano.

Esse tipo de café gourmet, encontrado exclusivamente na Enoteca, é uma mistura do café produzido no cerrado mineiro com os do Sul de Minas. Os grãos são de variedade arábica, mais escassa e saborosa do que a espécie robusta, mais conhecida e consumida no Brasil. O gourmet é resultado de um cuidadoso processo de produção com equilíbrio preciso de acidez, amargor e doçura.

Outros três fatores ainda determinam esse tipo de café: o tipo de grão especial, produzido com base em padrões de qualidade acima da média; o tempo de torrefação, mais curto; e o preparo, que deve ser feito por profissional devidamente qualificado. “Há uma onda de café gourmet pelo mundo, com a bebida sendo tratada como vinho, com direito até a degustações para o consumidor”, conclui Morais.