Café de agricultor familiar ganha prêmio em MG

02/12/2006 21:12:08 –

Por: Revista Cultivar

Os nomes de Nilson e dos demais destaques do concurso foram anunciados em 30 de novembro, no salão nobre do Clube de Lavras, no Sul de Minas. Como nos dois anos anteriores, um grande número de pesquisadores, produtores e representantes dos demais segmentos do agronegócio de café compareceu ao evento. A qualidade do café apresentado por Nilson Saturnino teve destaque e resultou na venda do produto em leilão para uma grande torrefadora dos Estados Unidos.

Ele cultiva o café com ajuda dos irmãos numa propriedade pertencente a Edmar Lopes, localizada a 5 quilômetros de Araponga, a uma altitude de 1.250 metros. A cata é feita manualmente e o preparo do café natural (em coco), em terreiro concretado ou suspenso.

A qualidade do café apresentado por Nilson Saturnino garantiu a venda dos dez sacos de 60 quilos, cotados cada um por US$ 661,40. O meeiro de Araponga teve a companhia da produtora Maria Aparecida Dias de Castro, de Carmo de Minas, Serra da Mantiqueira, que ficou em segundo lugar na Série Natural com 14 sacos, vendidos cada um por US$ 423,30.

Outro produtor que confirmou a alta qualidade de seu café foi Cícero Viegas Albuquerque. Também representando Carmo de Minas, foi o primeiro colocado da Série Cereja Descascada. Os dez sacos de 60 quilos que ele inscreveu no concurso foram adquiridos por US$ 555,58 cada um. No segundo lugar ficou Carlos Alberto dos Santos, também pequeno produtor e igualmente da região da Serra da Mantiqueira (Pedralva), com cada um dos 10 sacos cotados a US$ 396,84.

A Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) está à frente do Concurso de Qualidade “cafés de Minas” – 2006, com o suporte do Programa Estruturador Agrominas e a participação da Emater-MG e Universidade Federal de Lavras (Ufla). De acordo com o secretário Marco Antonio Rodrigues da Cunha, “os produtores que participam da iniciativa sempre ganham com a valorização de seu produto, pois o mercado reconhece a importância do café de qualidade e paga alto pela sua aquisição”.

Segundo o secretário, a disputa pelo melhor café nas duas séries é sempre acirrada e, desta vez, dos 40 finalistas dois são meeiros (trabalhador rural que planta em terras de terceiros) e 34 pequenos produtores, o que confirma o avanço das novas tecnologias nas lavouras de café e o interesse pela busca da qualidade a fim de tornar o produto mais competitivo. “Os 13 lotes de café do concurso, comercializados e exportados ao preço médio de US$ 306,27 o saco de 60 quilos, darão origem a séries especiais nas torrefações dos Estados Unidos e isso representará a promoção da origem, da qualidade e do produtor”, enfatiza Marco Antônio.

O presidente da Emater-MG, José Silva Soares, informa que foram inscritos 1.598 lotes de todo o Estado de Minas Gerais. “Os finalistas representam o que o Estado tem de melhor, e o objetivo de fazer a inserção dos pequenos no mercado de cafés valorizados foi alcançado”, completa.

Minas tem os melhores cafés do Brasil e lidera a produção nacional, com cerca de 50% do total. O produto corresponde a 40% das exportações do Estado e a cafeicultura está presente em 690 municípios mineiros, com mais de 90 mil propriedades produtoras. A atividade ocupa 49,5 mil agricultores familiares no Estado, com maior concentração na Zona da Mata, possibilitando a geração de 4,3 milhões de empregos diretos e indiretos. O destaque da cafeicultura é para as regiões Sul e Oeste. Cerca de 30% do café é produzido na Zona da Mata e no Vale do Rio Doce, região conhecida como Matas de Minas. O relevo acentuado, entre 400 e 1.100 metros de altitude, resulta em um excelente café do tipo arábica (o mais valorizado).

De acordo com a Conab, a área ocupada com café no Brasil é de 2,416 milhões de hectares, onde existem 5,89 bilhões de cafeeiros. O Brasil constitui-se no único país do mundo a ter essa grande diversidade produtiva, oferecendo os tipos despolpado, descascado, bebida suave, ácidos, encorpados aromáticos, especiais e para formação de “blends”, capazes de atender às diferentes exigências mundiais.

Informações adicionais: Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – 31 3281-4996 ou www.agridata.mg.gov.br

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