24/08/2009 – A cotação do café na ICE Futures em Nova Iorque continuou em queda na última semana, acompanhando outros mercados e os interesses de curto prazo de fundos de investimento. No mercado brasileiro, os compradores tentaram repassar para os preços do físico as baixas das bolsas de futuro, dificultando o fechamento de novos negócios.
A análise parte do boletim semanal do Escritório Carvalhaes. De acordo com o boletim, neste quadro, os cafeicultores procuram vender o mínimo necessário, voltando a atenção para os trabalhos finais de colheita e o benefício de café para a entrega dos lotes compromissados com CPRs (Cédula de Produto Rural) e vendas antecipadas.
Carvalhaes observa que é cada vez mais claro que com a rápida globalização da economia e os enormes capitais acumulados pelos fundos de investimentos, um produto como o café, cuja produção demanda decisões de longo prazo (é uma cultura permanente e a primeira safra só acontece dois anos e meio após o plantio) e grandes investimentos, não pode ter sua cotação ditada pelas bolsas de futuro, agora atreladas principalmente a interesses de curto prazo.
Os cafeicultores acabam tendo o valor de seu produto, que demandou anos de investimento e trabalho duro, sendo decidido por um mecanismo que a cada ano leva menos em consideração os fundamentos do mercado físico e mais as análises gráficas e o comportamento de outras bolsas e mercados, analisa o boletim. Tentando segurar as cotações, muitos operadores já começam a falar sobre a próxima florada, que como é natural será grande.
Para o Brasil não perder sua participação no mercado mundial de café precisará de safras médias de 46 milhões de sacas, nunca atingida em nossa história, comenta Carvalhaes. (LC)