Café atrela memória ao que está ‘na ponta da língua’, diz estudo

Uma xícara de café pela manhã deixa uma pessoa mais acordada porque concentra a atividade cerebral nos processos que já estão ativos naquele momento, de acordo com pesquisadores da Escola Internacional de Estudos Avançados, da Itália, e do Trinity College

18 de novembro de 2005 | Sem comentários Café & Saúde Mais Café
Por: BBC







 






Xícara de café
Cafeína é conhecida pela capacidade de estimular o cérebro

Uma xícara de café pela manhã deixa uma pessoa mais acordada porque concentra a atividade cerebral nos processos que já estão ativos naquele momento, de acordo com pesquisadores da Escola Internacional de Estudos Avançados, da Itália, e do Trinity College, da Irlanda.

Com isso, segundo a pesquisa, a cafeína torna mais fácil para a pessoa se lembrar de uma palavra que já está “na ponta da língua”, por exemplo, reconhecendo-a quando vê uma lista de palavras.


Mas ela torna mais difícil a lembrança de palavras que as pessoas já sabem, mas que não têm relação com o que está presente no momento, “na ponta da língua”.


“Em algumas condições, a cafeína ajuda a memória de curto prazo e em outras atrapalha”, afirma Valerie Lesk, da escola italiana. “Ajuda quando a informação a ser lembrada tem relação com uma linha de pensamento daquele momento, mas atrapalha quando isso não tem relação.”


“Se a palavra não tem relação, a cafeína ainda reforça a busca pela resposta da mesma maneira, mas, como não há relação com a palavra que você queria encontrar, isso tem na verdade um efeito negativo.”


Sensação de alerta


A cafeína é conhecida por sua capacidade de estimular o cérebro e aumentar a sensação de alerta das pessoas.


Lesk e seu colega Stephen Womble, do Trinity College, de Dublin, afirmam que a cafeína também pode atrapalhar ou ajudar a memória de curto prazo, dependendo do que você está tentando lembrar.


Os pesquisadores dividiram 32 estudantes universitários em dois grupos. Um grupo recebeu 200 mg de cafeína, o equivalente a duas xícaras de café forte, e o outro recebeu uma substância de imitação.


Os estudantes tiveram que responder 100 questões de conhecimentos gerais que tinham respostas simples, de apenas uma palavra.


Uma das questões, por exemplo, perguntava o “nome da antiga escrita egípcia”. A resposta esperada era “hieróglifos”.


Para cada pergunta, os estudantes recebiam dez palavras para olhar antes de responder. Entre duas e oito das palavras tinham um som similar à resposta. Por exemplo, “hierarquia” tem um som similar a “hieróglifos”. As outras palavras não tinham praticamente nenhuma relação com a resposta.


‘Na ponta da língua’


Se um estudante não conseguia responder uma questão, os pesquisadores davam a ele uma dica ao dizer o som inicial da palavra, por exemplo, “hie” para “hieróglifos”.


Se o estudante conseguia dar a resposta correta após a dica, o episódio era registrado como um exemplo do fenômeno “na ponta da língua”.


De acordo com a pesquisa, a cafeína ajudou a lembrança da palavra quando a maioria das opções apresentadas aos estudantes era composta por palavras similares à resposta correta.


Mas quando a maioria das opções era composta por palavras que não tinham relação com a resposta, os estudantes que tomaram cafeína tiveram mais problemas do que aqueles que tomaram a pílula de imitação.


O estudo faz parte de uma iniciativa dos pesquisadores para investigar o efeito da cafeína em pessoas com dificuldade de lembrar das palavras, uma condição conhecida como afasia.

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