Brasil aumenta vendas de soja e café para os árabes

13 de setembro de 2007 | Sem comentários Comércio Exportação
Por: 13/09/2007 07:09:00 - Anba

Entre os cinco produtos do agronegócio com maiores vendas para os países árabes em agosto, a soja e o café foram os que registraram mais aumento. As exportações de soja cresceram 41,8% para US$ 29,5 milhões e as de café 54,4%, com US$ 14 milhões.


Isaura Daniel
isaura.daniel@anba.com.br


São Paulo – Produtos do complexo sucroalcooleiro, carnes, soja, café e fumo. Foram estas as mercadorias agrícolas que ocuparam maior espaço nos navios que saíram do Brasil para o mundo árabe em agosto. Entre elas, porém, duas aumentaram significativamente as vendas se comparado ao mesmo mês de 2006: a soja e o café. Na lista dos cinco produtos do agronegócio que tiveram maior exportação em receita para os países da Liga Árabe, o crescimento maior ocorreu nas vendas de café, com alta de 54,4%, e depois nas de soja, com aumento de 41,38% sobre agosto do ano passado.


“Acredito que houve mais agressividade dos vendedores e também é fruto de missões que o setor agrícola tem realizado para a região em busca de mercado”, explica o presidente da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Macel Caixeta. Em café, o Brasil exportou para os árabes em agosto US$ 14 milhões, contra US$ 9,3 milhões no mesmo mês do ano passado. Em produtos do complexo soja foram US$ 20,8 milhões em agosto de 2006 e US$ 29,5 milhões no último mês.


“A soja foi um dos produtos do agronegócio que mais cresceu em vendas para os árabes, mas ainda assim, o Brasil, como um dos maiores produtores mundiais, tem potencial para exportar mais soja aos árabes”, diz o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Antônio Sarkis Jr. A opinião é compartilhada por Caixeta. “O Brasil tem um potencial grande para abastecer o mundo. Se houver interesse dos países árabes em aumentar as importações, o Brasil tem condições de atendê-los”, diz o presidente da Comissão da CNA.


A soja que foi exportada em agosto é produto armazenado, já que o país colhe o produto entre fevereiro e maio. Neste momento, por exemplo, os produtores rurais estão começando a plantar a soja que será retirada das lavouras no primeiro semestre do ano que vem. Caixeta lembra que se os árabes têm interesse de comprar soja nacional em 2008 devem se antecipar e fechar os seus contratos já neste período. O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja, mas tem alta demanda no mercado internacional porque é também um dos maiores exportadores.


O país árabe que mais importou soja brasileira em agosto foi o Marrocos, com compras de US$ 23 milhões. A nação aumentou em 1.270% as suas importações de soja brasileira no mês sobre agosto de 2006. No caso do café, o maior importador foi a Síria com compras de US$ 7 milhões e aumento de 42,2%. O maior aumento, porém, foi registrado nas importações do Líbano, que saltaram 2.650% para US$ 2,4 milhões. “A Síria é um mercado tradicional para o café brasileiro”, diz o presidente da Câmara Árabe. Caixeta lembra que o Brasil tem melhorado a qualidade do seu café e que pode vender bem mais para os árabes.


As exportações do agronegócio como um todo para o mercado árabe tiveram uma pequena queda em agosto sobre o mesmo mês de 2006. Elas diminuíram 3,84% e ficaram em US$ 504 milhões. Em agosto do ano passado estavam em US$ 524 milhões. Um dos grandes responsáveis foi o complexo sucroalcooleiro, que faturou bastante com vendas para o mundo árabe, US$ 205 milhões, mas teve queda de 21,8% sobre o mesmo período de 2006. Em volume, porém, as exportações do complexo cresceram. Também as exportações de fumo caíram 45% para US$ 4,5 milhões. O outro produto, entre a lista dos cinco principais, a carne, teve vendas estáveis sobre agosto de 2006.


Se forem levadas em conta, porém, as exportações do acumulado do ano, entre janeiro e agosto, as exportações para o mundo árabe cresceram 15,88% para US$ 3 bilhões. Nos oito primeiros meses do ano passado elas estavam em US$ 2,6 bilhões. Os produtos com maior volume de vendas, no período, foram os do complexo sucroalcooleiro, as carnes, o complexo soja e os produtos florestais. O maior comprador foi Arábia Saudita, seguida de Egito, Emirados, Argélia e Marrocos.
 
 

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