Barista campeã dá dicas de como preparar um bom café

20 de fevereiro de 2009 | Sem comentários Barista Consumo

Vai um cafezinho? A oferta feita por qualquer anfitrião às visitas após uma refeição ou sobremesa é mais do que rotineira. Para alguns, no entanto, a bebida deveria receber outro tratamento, como se fosse uma verdadeira “cereja do bolo”.


Mas como fazer para transformar o cafezinho em uma bebida verdadeiramente saborosa? Ninguém melhor do que uma barista que acaba de se sagrar campeã brasileira para dar dicas de como fazer um café melhor.


Barista é o profissional que opera máquinas de café espresso e que também prepara outros tipos de bebida com o pó torrado do grão, como capuccinos e drinques quentes ou frios. Na noite desta quarta-feira, 18, a estudante de direito Yara Thaís Castanho, de 25 anos, sagrou-se a barista campeã nacional de 2009.


Além de ganhar troféu e outros brindes, irá representar o Brasil na etapa mundial de Atlanta, nos Estados Unidos, em abril. Ela concorreu com outros 23 baristas de várias regiões do país. Apenas seis foram para a final desta quarta, realizada no Museu de Brasileiro de Escultura, no Jardim Europa, na Zona Oeste de São Paulo.


E fazer um bom café, que agrade aos paladares mais rigorosos, não é fácil. Na prova de avaliação na final do 8º Campeonato Brasileiro de Barista, por exemplo, os competidores precisaram servir, em cronometrados 15 minutos, quatro cafés espressos, quatro capuccinos, bem cremosos de preferência, e quatro bebidas de assinatura, ou seja, quatro drinques de criação própria.


De quebra, durante todo o tempo é preciso dar explicações sobre a origem dos grãos, as suas características, como a bebida será feita e, claro, provar na prática que esta, depois de pronta, apresentará todos os aromas e sabores citados. Ao todo, são sete juízes: dois julgam a parte técnica, outros quatro cuidam de experimentar o café e mais um coordena todo o trabalho.


Para os baristas, aquele cafezinho do dia-a-dia é um assunto levado muito a sério. Yara treinou todos os dias durante um mês na cafeteria onde trabalha para se tornar campeã. Além disso, testou várias combinações e ingredientes antes de criar a sua bebida de assinatura, um drinque que leva um creme de lavanda.


“Testei muita coisa antes e só encontrei a mistura ideal apenas uma semana antes da final do campeonato”, contou ela, que toma umas seis ou sete doses de café por dia. Segundo Yara, a primeira dica para quem pretende apreciar e oferecer uma bebida de sabor mais apurado em sua própria residência é sempre utilizar água mineral, em vez da água de torneira, para fazer o café. Além disso, a campeã ensina que não se deve ferver a água, como se faz costumeiramente antes de passar no coador.


“Não se deve ferver a água porque senão ‘queima’ o café. A bebida vai ficar com um gosto mais amargo e pode ter muito mais cafeína”, explicou. A quantidade de pó utilizada também é outro ponto importante. “Mas neste caso depende do gosto de cada um. Tem gente que prefere mais forte, outros mais fracos. Então, é difícil agradar a todos de uma só vez”, disse.


E, por último, é a qualidade do pó de café utilizado para produzir a bebida. “Eu não tomo mais café com pó comprado em supermercado”, adiantou, deixando claro que os produtos mais populares e mais em conta encontrados nas prateleiras não são de qualidade tão boa.


O jeito para agradar o paladar e as visitas é gastar um pouco mais, sugere Yara. “Em alguns supermercados já é possível encontrar alguns pós de melhor qualidade. Basta dar uma procurada”, afirmou. E bom cafezinho.


Por Marcelo Mora, da Globo.com.

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