Alimentos orgânicos

22 de fevereiro de 2007 | Sem comentários Café Orgânico Produção
Por: 21/02/2007 08:02:46 - Diário do Nordeste

Os alimentos saudáveis ganham força no País, detentor da segunda maior área de produção orgânica no mundo. Perde apenas para a Austrália. Essa atividade cresce interna e externamente, ocupando fatias de um rendoso mercado, em que a certificação dos produtos é a chave para penetrar nos grandes centros consumidores.


As terras disponíveis para agricultura orgânica alcançam 6,5 milhões de hectares, onde são produzidos banana, abacaxi, café, mel, leite, carnes, soja, palmito, açúcar, frango e hortaliças. Agora, estão sendo adicionados produtos da Amazônia, como castanha, açaí, frutas e latex. Essa inclusão resultou da incorporação do extrativismo sustentável da região Norte.


A mudança na produção de alimentos de qualidade não tem sido fácil. Os agricultores tradicionais não conseguem migrar para o cultivo de um produto livre de toxidez e de elevados riscos de morbidade, atingindo tanto os consumidores como os produtores. As estatísticas hospitalares comprovam: os portadores de doenças degenerativas crescem mais nos grupos oriundos de áreas rurais onde abunda o uso de veneno nas lavouras.


O abuso nos agrotóxicos levou a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) a indicar o Brasil como um dos países que mais exageram na aplicação de pesticidas, especialmente, na horticultura. Há comprovações indicando a utilização de até 10 mil litros de mistura de agrotóxicos com água por hectare.


A necessidade de controlar a presença de veneno nos alimentos levou o governo a criar o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos. Dentro desse objetivo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária monitora nove culturas, havendo comprovado, no universo de quatro mil amostras, 83% com desvios resultantes do uso de produtos não autorizados e em quantidade acima dos níveis permitidos por lei.


É difícil mudar a prática da agricultura tradicional, queconsome anualmente cerca de US$ 4,2 bilhões em agrotóxicos. O mais grave é a concentração desse risco exatamente nas pequenas propriedades, ocupadas com agricultura familiar. Como elas representam 84% dos estabelecimentos rurais do País, responsáveis pela produção de boa parte das verduras e legumes, o risco de contaminação dos consumidores é óbvio.


A conscientização do consumidor, embora incipiente e em pequena escala, leva-o a migrar para os alimentos orgânicos. No Ceará, regiões outrora habituadas ao uso de veneno na lavoura estão mudando de feição. A Serra da Ibiapaba é um exemplo. No Vale do Jaguaribe e no Maciço de Baturité, o Projeto Aliança Social incentiva os pequenos agricultores e hortifrutigranjeiros a aderir à agricultura orgânica.


Em Limoeiro do Norte, Russas, Pacoti e Aratuba, a agroecologia tem sido a opção de pequenos plantadores de verduras, legumes, frutas e plantas medicinais. A meta é capacitar 160 produtores orgânicos no Ceará, servindo seus canteiros de pólo de multiplicação dessa experiência.


Fonte:http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=408468

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