AGÊNCIA ESTADO – INADIMPLÊNCIA NÃO CHEGA A 10% DO ESTIMADO PELA CAFEICULTURA

Por: Blog do Café

Todas as informações desta matéria, elaborada pela jornalista Célia Froufe, partem da Agência Estado.


A inadimplência do setor cafeeiro não chega a 10% do total propagado pelos produtores, que estão sempre a pedir benefícios específicos ao governo para o setor. Esta semana, por exemplo, os cafeicultores receberam mais uma ajuda: o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou a redução dos juros cobrados ao setor de 7,5% para 6,75% ao ano. A divergência de informações sobre endividamento foi o que constatou o grupo técnico do café, formado por profissionais dos Ministérios da Agricultura, Fazenda e Planejamento, além de representantes de cooperativas e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Segundo uma fonte que participa das reuniões, o grupo divulgará, nos próximos dias, o detalhamento da informações sobre o tema.


“Fizemos um balanço do endividamento do setor por meio de uma série de cortes diferentes, como tamanho do produtor, banco, volume da dívida, etc. E o que constatamos é que o volume não chega nem a um décimo do que vem sendo colocado”, disse a fonte. Ontem, o grupo esteve reunido para abordar o assunto e recebeu a visita de vários representantes de instituições financeiras que forneceram dados específicos do setor de cada instituição, o que possibilitou, de acordo com o participante, que fosse identificado o mapa do endividamento da cafeicultura no País. A dívida total da cafeicultura está estimada em cerca de R$ 4,2 bilhões, dos quais R$ 3 bilhões referentes a financiamentos do Funcafé e R$ 1,2 bilhão com Recursos Obrigatórios do crédito rural.


A cafeicultura tem reclamado muito dos elevados custos da produção, principalmente os do sul de Minas, onde se concentra a produção do País. Segundo produtores, o preço mínimo estipulado pelo governo para o grão não é suficiente para pagar os desembolsos. A demanda é tão grande que o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, se comprometeu a tratar do tema pessoalmente assim que o Plano Safra 2009/2010 fosse divulgado – o que ocorreu no último dia 22.


Ontem, em entrevista a jornalistas, Stephanes disse que em aproximadamente 15 dias ouviria novamente interlocutores dessa área. Antes disso, porém, na semana que vem, ele visitará a produção de leite de Minas Gerais. O ministro deixou bem claro, entretanto, que mesmo que as reivindicações dos cafeicultores do Sul do Estado sejam atendidas, possivelmente elas não seriam uma regra geral para o setor. “Se há um movimento e um movimento realizado até de agressiva, é porque algum problema deve existir”, comentou Stephanes.


O ministro explicou que há dificuldade por parte da Agricultura de identificar exatamente qual é o problema que abala o setor e quais são as regiões mais prejudicadas. Isso porque, de acordo com ele, há visões adversas sobre o tema mesmo dentro do ministério. “Temos que compreender melhor isso.” (Célia Froufe)

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.