A produção cafeeira mato-grossense está concentrada em poucos municípios

26 de dezembro de 2006 | Sem comentários Origens Cafeeiras Produção

Seca prolongada atrasa florada de café em Mato Grosso

Várzea Grande, 26/12/2006 – 11:27.

Da Redação

A produção nacional de café para a safra 2006/07 está estimada em mais de 41 milhões de sacas de 60 quilos, de acordo com o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), realizado em agosto deste ano. Em comparação à safra 2005/06, que foi de 32 milhões de sacas, a atual produção apresentou um acréscimo de 26,2%.

Conforme o estudo, o aumento na produção se deve à bianualidade alta do produto e à melhoria dos tratos culturais que foram impulsionados pela melhoria dos preços de mercado, a partir do segundo semestre de 2005. Em comparação às últimas cinco safras brasileiras, essa atual só perde para a safra 2002/03, quando foram produzidas 48 milhões de sacas de café no país.

Neste levantamento atual, a Conab mensurou a produtividade da média da safra em 19,43 sacas por hectares com estimativa de produção de 32 milhões de sacas do tipo Arábica e 9.512 do Conillon – em comparação com 2005, a produtividade cresceu 30,8%.

Em Mato Grosso, a estimativa ainda é considerada prematura em função do atraso na florada, que ocorre justamente em agosto e nesse ano foi prejudicada pela seca prolongada. No Estado, a área cultivada é de 34.980 mil hectares, dos quais 2.750 estão em formação e 32.230 plantados.

Segundo o coordenador de Compra de Café Cru da Mitsui Alimentos, Clorivaldo Rossanezi, ainda é cedo para estimar quanto o Estado vai colher, etapa que se inicia em maio do próximo ano.

A produção cafeeira mato-grossense está concentrada em poucos municípios, principalmente, no Noroeste e Norte do Estado como Colniza, Nova Bandeirantes, Juína e Castanheira, região onde a planta é cultivada desde a década de 80. São desses municípios que a empresa Mitsui Alimentos abastece 50% da demanda de matéria-prima. Os outros 50% vêm da produção das grandes regiões cafeeiras do país, como Minas Gerais e Paraná.

No Estado, o grão mais cultivado é o tipo Robusta (Conillon) e a região Noroeste ainda lidera a produção mato-grossense, sendo que somente no município de Nova Bandeirantes foram plantados 400 mil pés de café. O município de Colniza lidera o plantio de café no Estado, sendo a maioria dos produtores de café oriunda de Estados tradicionais no cultivo como São Paulo, Paraná e Rondônia.

Em Mato Grosso, a Empaer é responsável pelo levantamento repassado a Conab. O órgão realiza também assistência a pequenos produtores, especialmente nos assentamentos. Neste mês, técnicos se reuniram com agricultores familiares da região Noroeste para repassar informações sobre tecnologias de plantio, manejo, colheita, beneficiamento e processo de comercialização do café.

Produção da Mitsui Alimentos

De uma produção de 127 mil sacas anuais, a Mitsui Alimentos ampliou o parque fabril em julho de 2005, com capacidade para torrefação de 40% a mais, o que representa quase o dobro da produção.

Na fábrica cuiabana, a Mitsui Alimentos produz os Cafés Brasileiro, Três Fazendas, Premiado e Bandeira, nos tipos almofada e a vácuo, que abastece o mercado interno cuja absorção é de até 60% da demanda. A empresa lidera o mercado no Centro-Oeste com a marca Café Brasileiro, distribuído em vários Estados do Brasil. Em Goiânia, com a marca Café Bandeira, também lidera o gosto do consumidor, sendo neste ano a marca mais lembrada no segmento café.

“O consumo de café está em evolução, e, com o preço favorável, a nossa expectativa é aumentar ainda mais a liderança, atendendo sempre o consumidor com produto de qualidade”, destacou o diretor Comercial da Mitsui Alimentos, Manoel Assis.

Mercado

Segundo levantamento semestral de produção da Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), o consumo de café torrado e moído no Brasil vem crescendo significativamente em comparação ao padrão mundial.

De abril do ano passado a abril deste ano, o crescimento registrado foi de 2,93%, enquanto que a média mundial é de 1,5% ao ano. As indústrias de café processaram 15,95 milhões de sacas no período contra 15,49 milhões de sacas no período anterior.

Com o consumo de 15,95 milhões de sacas, o Brasil representa 13% de todo o consumo mundial de café e 51% do que todos os países produtores do grão consomem em conjunto. O consumo per capita evoluiu 2,7%, atingindo 4,22 kg de café em pó torrado/moído por habitante anualmente.

A Mitsui Alimentos figura hoje como a sexta maior indústria de café do Brasil. “A nossa participação de mercado em todo o país corresponde a 3% e em Mato Grosso somos líder de mercado”, informou Manoel Assis.

De acordo com a ABIC, a alta no consumo brasileiro em nível superior à média mundial, deve-se especialmente ao aumento do poder aquisitivo da população, à melhor qualidade do produto ofertado no mercado e às campanhas promocionais realizadas pela indústria. Uma pesquisa da entidade junto aos consumidores mostrou que 93% da população brasileira declara que toma café regularmente.

A ABIC considera que o consumo per capita ainda pode se elevar continuamente, uma vez que o mercado brasileiro tem suficiente capacidade para assimilar inovações e aprimoramentos no produto, através da contínua melhoria da qualidade. Nesse segmento, a Mitsui Alimentos possui no mercado paulista o Café Brasileiro Supreme, da linha Gourmet, produto feito com seleção rigorosa de grãos superiores processados com alta tecnologia e embalado a vácuo para garantir a conservação do aroma e sabor.

Para este ano, a ABIC projeta o consumo de 16,5 milhões de sacas, dentro da meta de longo prazo que pretende alcançar 21 milhões de sacas em 2010.

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