26/02/2007 05:02:11 – Jornal Estado de Minas
Homeopatia é adotada de forma ampla nas lavouras, com destaque para a agricultura orgânica ou natural
Graziela Reis Eduardo Rocha/RR – 13/11/01O especialista Vicente Casali explica que a questão está em identificar o medicamento adequado para cada planta
A homeopatia chegou ao campo e o uso das técnicas homeopáticas está invadindo as lavouras brasileiras. Já há desde pés de couves e tomateiros até pés de cafés e eucaliptos sendo tratados a partir dos princípios da ciência que surgiu há 200 anos. A homeopatia na agricultura pretende buscar o equilíbrio dos seres vivos, entre os quais estão todas as plantas. “E já existem produtores rurais usando a homeopatia no Brasil todo, desde a Amazônia até o Rio Grande do Sul. A tendência é de que esse uso seja crescente”, afirma o professor do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Vicente Casali, responsável pela disciplina e pelo curso de extensão de homeopatia.
Segundo ele, a prática é totalmente natural e se traduz em uma alternativa aos venenos e agrotóxicos que deixam resíduos prejudiciais à natureza e ao planeta de forma geral. Ele diz que o uso das técnicas homeopáticas está mais presente na agricultura biológica, orgânica ou natural. Mas os produtores convencionais também podem adotá-las sem qualquer problema, desde que consultem especialistas, tenham conhecimento sobre suas práticas e entendam que a homeopatia “não mata nada, só equilibra”. Isso significa que cada ser passa a ocupar o seu espaço, ou seja, as plantas ficam mais fortes e as pragas, doenças e insetos param de atacá-las com a voracidade que implica a redução de sua produtividade. Paciência, principalmente na transição do uso de sistemas convencionais para os homeopáticos, também é essencial.
Casali observa que é possível aplicar as técnicas homeopáticas em qualquer espécie: “desde margaridinhas, de dois centímetros, até eucaliptos de 30 metros, passando pelo café, milho, entre diversas outras.” Ele garante que o uso da forma correta sempre implica em bons resultados. “A questão está em identificar o medicamento adequado para cada planta”, observa. Também é importante verificar se o processo a ser buscado é o preventivo ou o voltado para a cura. E se o estado de infestação da praga ou doença está ainda em uma fase que permite o tratamento. Há casos em que já pode ser tarde para ministrar o socorro.
Quando as culturas precisam muito do uso de agrotóxicos e os venenos são aplicados nelas há décadas de uma forma muito efetiva, o efeito da homeopatia também pode ser mais lento. Segundo Casali, os pés de batatas e de tomates são alguns exemplos. A intoxicação já é genética e está presente nas sementes, o que implica em dificuldade de tratamentos. Nesses casos, as respostas rápidas para tratamentos homeopáticos são bem mais difíceis.
GANHOS A engenheira agrônoma Wilma Schepierski, é uma terapeuta que fez o curso de extensão da UFV de homeopatia na agricultura e acredita que mesmo que existam a dificuldade e a lentidão, os tratamentos sempre são uma boa solução. No final, os ganhos são registrados. Ela conta que já teve “resultados excelentes” no tratamento prático de tomates, goiabas, uvas e cafés. “Os medicamentos que usamos na homeopatia na agricultura são os mesmos usados em humanos e em animais. Todos se voltam para a busca do equilíbrio e podem ser usados tanto preventivamente quanto curativamente”, explica.
Wilma reconhece, no entanto, que os resultados podem ser mais lentos, na comparação com os tratamentos usados nos sistemas convencionais. “E se a doença está em um ponto crítico, não dá para superá-la”, lembra. “Mas se está no início, é possível fazer um tratamento totalmente natural para livrar a planta dela”, diz.
“Na homeopatia, nunca há o extermínio de pragas. Ela faz com que a planta e a praga convivam equilibradas. Uma sem prejudicar a outra” – Wilma Schepierski, engenheira agrônomoBeto Magalhães/EM – 29/6/00 / Pedro Motta/EM – 29/6/00O produtor orgânico Marcos Lívio aprovou o resultado do tratamento homeopático contra os pulgões nas couves
Fonte: http://www.uai.com.br/emonline/estaminas/suplementos/agropecuario/211977.html