Rafael Alves e Luiz Ribeiro
O café e a celulose são as duas principais commodities mineiras, fora os minérios, exportadas para a China em 2005. A tradicional bebida mineira faz parte da lista de vendas internacionais para os chineses em sete cidades do estado, enquanto a celulose concentra-se em Belo Oriente, onde está instalada a fábrica da Celulose Nipo Brasileira (Cenibra). Os produtos conseguiram aumentar sua participação no mercado oriental nos últimos anos.
“Há seis ou sete anos, as vendas para a China eram praticamente zero. É o mercado que cresce mais rápido no mundo”, diz o diretor-presidente da Cenibra, Fernando Henrique da Fonseca. A empresa exportou no ano passado cerca de US$ 47 milhões em celulose para empresas chinesas. O interesse dos orientais pela matéria-prima do papel feita em Minas é a qualidade. Com o crescimento da economia da China, o ritmo do consumo de papel tem subido cerca de 20% ao ano. Segundo Henrique da Fonseca, os embarques para o mercado chinês correspondem a 10% do comércio exterior da Cenibra.
Como acontece há algum tempo com o segmento siderúrgico, a China tem investido na modernização de suas fábricas de papel. Tradicionalmente, a matéria-prima local era de fibras não convencionais como a palha do arroz. “Há uma substituição de papel ruim pelo brasileiro de qualidade. Por isso o consumo cresce mais que o dobro da economia do país”, explica o diretor-presidente da Cenibra. As florestas de eucalipto em Minas fornecem celulose padronizada e brancas, características fundamentais para um papel comercial de qualidade.
No caso do café, a bebida superou a muralha cultural e atualmente é encontrado na antiga capital imperial, Xi’an. Os produtores de Guaxupé, no Sul de Minas, começaram a vender pequenas quantidades de café especial para aquela cidade, em 2002. A Cooxupé, maior cooperativa do setor, com 10 mil associados, inaugurou em setembro do ano passado uma cafeteria em Xi’an. “É uma fronteira nova e estamos trabalhando para aumentar o espaço do melhor café que temos na China”, diz o diretor de exportação da cooperativa, Joaquim Libânio. O volume exportado anualmente pela cidade para China – incluindo o produto que entra por Hong Kong e Taiwan – é de 9 mil sacas, ao ano.
ERVAS A Fuchs, empresa produtora de condimentos, instalada em Brasilândia de Minas, também descobriu as potencialidades do mercado chinês e exportou para a China US$ 317,89 mil em ervas e pimentas no ano passado. “O grupo investiu na China e espera um bom retorno, pois trata-se de um mercado muito promissor”, afirma o diretor financeiro, Luiz Siqueira