São Paulo, 10 de Abril de 2006 – A previsão de safra de café 2006/07 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de 40,62 milhões de sacas, 3,2% abaixo da média de 42 milhões de sacas do levantamento divulgado em dezembro, não surpreendeu o mercado. O levantamento anterior indicava produção de 40,4 milhões de sacas a 43,5 milhões de sacas. “O novo número anunciado está dentro da nossa expectativa”, disse o superintendente comercial da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Lúcio de Araújo Dias.
A Conab reduziu a estimativa ante à média anterior devido à queda de produtividade, provocada por problemas climáticos em Minas Gerais, no Espírito Santo e na Bahia. A safra de Minas Gerais, maior estado produtor, foi reduzida em 3,4%, para 20,09 milhões de sacas de café, como resultado da estiagem em janeiro na Zona da Mata, Triângulo Mineiro e sul do estado.”A estimativa da Conab está próxima ao limite inferior do intervalo apresentado no levantamento passado, o que pode ser um fator altista para os preços do café negociado na Bolsa de Nova York, avalia o analista Gil Barabach, da Safras & Mercado. Na sexta-feira, os contratos da commodity negociados para julho fecharam com ligeira queda de 0,4%, a 111,2 centavos de dólar por libra-peso.
Eduardo Carvalhaes, do Escritório Carvalhaes, destaca que a safra de 40,62 milhões de sacas será suficiente apenas para abastecer o consumo interno, estimado em 15 milhões de sacas, e a exportação média de 25 milhões de sacas. “A situação apertada vai dar sustentação aos preços do café, ainda que o desempenho das cotações seja muito influenciado pelo interesse dos especuladores”, diz.
A safra 2006/07 é 23,3% maior que as 32,94 milhões de sacas produzidas na temporada passada.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 12)(Chiara Quintão)