Preço alto do arábica se deve à estiagem que causou queda na produção.
Cooperativa de Varginha recebeu 40% menos café que em 2013.
Do Globo Rural
A quebra de safra e a falta de chuva fizeram o preço do arábica subir no sul de Minas Gerais. Os produtores que não venderam o grão logo após a colheita estão conseguindo bons preços.
Dimas Borges colheu 500 sacas de café arábica em Baependi. Ele já vendeu metade da produção para quitar as dívidas e lamenta não ter conseguido esperar um pouco mais para conseguir um valor melhor.
No início de setembro, a saca do café arábica tipo 6, bebida dura foi comercializada por R$ 400, em média. Esta semana, já tem agricultor vendendo a produção por R$ 530.
O aumento no preço do café arábica se deve à estiagem que causou quebra na produção. A constatação de uma safra menor este ano fez com que os preços subissem.
Uma cooperativa de Varginha, por exemplo, conta que recebeu 40% menos café que no mesmo período do ano passado. Os 5 mil cooperados entregaram, até agora, 614 mil sacas do grão e 30% do estoque desse ano foi vendido.
Renato Paiva pode esperar por valores mais altos. Ele colheu 1,1 mil sacas de café e vendeu 400 assim que o preço começou a melhorar. “Estou escalonando as vendas na medida que as contas vão vencendo”, diz.
Waldir Destefani prepara o solo preocupado com a próxima safra, mas sem se descuidar do mercado. O produtor conseguiu vender 300 sacas das 1,2 mil colhidas por um preço bem acima do esperado.
O valor compensou a baixa produção e o preço trouxe otimismo. A alegria só não é maior porque a chuva ainda não veio. “Apesar da quebra temos um bom preço, mas agora estamos preocupados com a próxima safra porque a quebra já existe”, conta.