CONSUMO DA INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES CRESCE 10 mil por cento EM MEIO SÉCULO
Em 54 anos, o consumo de fertilizantes no Brasil cresceu 10 mil por cento, passando de 224.600 toneladas, em 1950, para 22,767 milhões de toneladas, no ano passado, sendo que o ano de maior consumo foi 2003, com 22,796 milhões de toneladas. Estes e outros dados estão no livro Raízes da Fertilidade, do jornalista João Dias Castanho, que será lançado oficialmente, terça-feira, 13 de dezembro, em São Paulo.
O livro, uma iniciativa da ANDA – Associação Nacional para Difusão de Adubos –, com apoio da AMA-Brasil – Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil – e de seis sindicatos* da indústria – SIACAN, SIACESP, SIARGS, SINDAC, SINDIADUBOS e SINPRIFERT, resgata a memória da indústria, das técnicas, do comércio e das lideranças do setor de fertilizantes no Brasil.
Ao antecipar o lançamento do livro para imprensa, hoje (12/12), em São Paulo, além do autor, o presidente da AMA-Brasil, George Wagner, o presidente do Sindicato de Adubos do Rio Grande do Sul, Torvaldo Antônio Marzolla Filho e o diretor executivo da Anda, Eduardo Daher apresentaram um pré-balanço deste ano do setor de fertilizantes. A estimativa é que, em relação ao ano passado, o volume de vendas tenha uma redução de 14,4%, passando de 22,767 milhões para 19,500 milhões de toneladas. Com o menor volume de vendas, há a tendência de queda do faturamento em 26,9%, fechando o ano em R$ 11,96 bilhões contra R$ 16,37 bilhões em 2004.
Segundo Eduardo Daher, da Anda, os resultados de 2005 foram piores do que de 2004, devido a 3 fatores: a seca dramática no Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Goiás; a queda nos preços internacionais das commodities, devido à super produção de grãos no hemisfério norte e na safra 2004/2005, e a taxa de câmbio em queda.
Porém, de acordo com o diretor da Anda, houve crescimento no consumo de fertilizantes, até outubro deste ano, em alguns estados brasileiros, como, por exemplo, no Espírito Santo, com crescimento de 15,2%, em Minas Gerais com 6,4%, em Pernambuco, 3,6% e em São Paulo, 3,1%, por conta do bom momento vivido pelos 4 “ces” – café, cana, citrus e celulose.
As expectativas para 2006 no setor de fertilizantes não são das melhores, segundo o presidente da AMA-Brasil, George Wagner. “Estamos preocupados para o próximo ano, pois com uma boa sorte chegaremos ao mesmo nível deste ano porque temos problemas com logística e infra-estrutura e não há recursos de crédito rural suficiente em nosso setor”, alerta. Para ele, será preciso também adotar um seguro rural em caso de novos desastres naturais, além de uma isonomia tributária para que as indústrias possam investir com mais tranqüilidade.
*Sindicatos:
SIACAN – Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas do Nordeste
SIACESP – Sindicato das Indústrias de Adubos e Corretivos Agrícolas do Estado de São Paulo
SIARGS – Sindicato da Indústria de Adubos do Rio Grande do Sul
SINDAC – Sindicato das Indústrias de Adubos e Corretivos Agrícolas do Estado de Minas Gerais
SINDIADUBOS – Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas no Estado do Paraná
SINPRIFERT – Sindicato Nacional da Indústria de Matérias Primas para Fertilizantes
São Paulo, 12 de Dezembro de 2005