O mercado internacional de café chega ao final de outubro de 2005 com desempenho positivo no mês. Setembro foi um mês negativo por conta da pressão sazonal de entrada ainda da safra brasileira e pelas notícias de boa florada no Brasil, com perspectivas de
O mercado internacional de café chega ao final de outubro de 2005 com desempenho positivo no mês. Setembro foi um mês negativo por conta da pressão sazonal de entrada ainda da safra brasileira e pelas notícias de boa florada no Brasil, com perspectivas de uma produção bem melhor ano que vem. Havia uma expectativa de que em outubro o mercado pudesse seguir pressionado. No entanto, as cotações acabaram refletindo o aperto na oferta nesta temporada de safra pequena no Brasil e as preocupações com os prejuízos após a passagem de furacões pela América Central e México.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, o mercado poderia ter apresentado ainda cotações abaixo de 90,00 cents/lb em NY em função da perspectiva de uma safra melhor no Brasil ano que vem combinada com o começo da entrada dos cafés centro-americanos. Na verdade, tenderia a haver um equilíbrio em outubro, porque por outro lado a safra deste ano no Brasil foi pequena e os produtores estão segurando bastante a oferta, o que tem apertado significativamente os referenciais.
“O que poderia quebrar este marasmo, fazendo o mercado pender para um lado ou para outro, seria justamente o comportamento vendedor da América Central, México e Colômbia, origens que iniciam sua temporada comercial neste mês, e cujo fluxo de embarques os importadores depositavam suas esperanças, a fim de garantir abastecimento, particularmente nestes últimos meses do ano”, ressaltou Barabach no boletim semanal de SAFRAS & Mercado. Isso porque a temporada de frio está começando no Hemisfério Norte, grande consumidor de café, e há um crescimento na demanda. E foi neste quesito “comportamento vendedor da América Central e México” que houve um importante fato novo. A temporada de furacões na região afetou a safra de importantes países e especialmente a logística de exportação destas nações, trazendo muita apreensão nos consumidores.
Assim, cresceu a preocupação no mercado com a oferta no curto prazo, já que o Brasil teve safra pequena, e as exportações estão diminuindo com a postura defensiva dos produtores e os diferenciais em queda; o Hemisfério Norte chega ao seu período de demanda crescente; e a América Central tem problemas com os furacões. Em alguns momentos, como nos últimos dias, o mercado sofreu correções técnicas e voltou a olhar um pouco mais para a melhor safra ano que vem do Brasil, o que fez com que o mercado recuasse. No entanto, os fatores fundamentais seguem positivos, com aperto na oferta de curto prazo e com o mercado muito dependente de uma boa safra no Brasil ano que vem para não sofrer ainda maiores reduções nos estoques.
Na Bolsa de Nova Iorque, o balanço do mês até a quinta-feira (27) mostra um desempenho positivo nos preços de 7,2% no contrato dezembro. A posição começou o mês em 93,45 centavos de dólar por libra-peso e fechou o dia 27 a 100,15 cents.
No mercado físico, as cotações acompanharam a valorização nos preços internacionais. O café bebida boa no sul de Minas Gerais estava nessa quinta-feira (27) a R$ 250,00/255,00 a saca, enquanto no começo do mês estava a R$ 225,00/228,00 a saca. Os preços subiram até mais no mercado físico por conta da postura muito defensiva do produtor.