14/08/2009 – Cafeicultores do sul de Minas encontraram um jeito de fazer com que a colheita do café seja mais produtiva e harmoniosa. O segredo é colocar para trabalhar juntos, na mesma lavoura, irmãos e, principalmente, casais.
Na lavoura de dez hectares o agricultor Antônio José Leite conta com a ajuda de seu filho, Arnaldo, para colher o café. Graças à derriçadeira os custos diminuíram. “Depois que vieram as maquininhas, somos só nos mesmos. Sobra mais para nós”, disse.
Mas não é só o equipamento que agiliza o trabalho. A presença de irmãos e casais nas lavouras pode deixar o serviço mais produtivo e harmonioso.
O uso das derriçadeiras ou maquininhas, como são conhecidas, incentivou a ida das mulheres para a colheita do café. Sem elas os maridos precisavam de ajudantes para recolher os grãos. E essa relação nem sempre costumava ser amigável.
Na zona rural de Conceição da Aparecida o trabalhador rural Vanderlei Batista Corrêa só trabalha ao lado de Meire. “Era difícil porque o ajudante sempre queria ganhar o mesmo tanto que o dono da maquininha. Hoje, com a mulher, quanto mais ganhamos vai para casa”, disse.
É assim com os outros dois irmãos dele. “Para mim tem muita diferença trabalhar só com o marido porque a força fica toda com ele. Quando pesa, ele puxa. Se eu não der conta, ele ajuda. Quem carrega o café é ele”, explicou Érica Corrêa, trabalhadora rural.
Quem contrata o serviço não tem do que reclamar. “Quando é casal, é melhor porque existe a cumplicidade no trabalho”, falou o agricultor Eleir Ribeiro de Carvalho.
Para elas, que antes só cuidavam de casa, o trabalho na roça ajuda a aumentar o orçamento da família. “A gente precisa ajudar. Ficar só em casa gastando não da”, concluiu Érica.