Limite seria de 5% do total devido, estimado em R$ 4,2 bilhões.
08/04/2009 – Acompanhado de 26 parlamentares dos Estados que mais produzem café – Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo – o governador mineiro, Aécio Neves, reuniu-se nesta quarta, dia 8, com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, de quem recebeu a notícia de que a dívida dos produtores, com o governo e a iniciativa privada, pode ser convertida em sacas de café.
Os cafeicultores pretendem rolar sua dívida durante 20 anos, com o oferecimento de estoques de sacas de café, no limite de 5% do total devido, a cada ano. A dívida é estimada em R$ 4,2 bilhões.
Segundo o governador, Mantega garantiu que pelo menos um terço da dívida poderá ser convertida. Os cafeicultores querem também que a parcela da dívida com o setor privado, que representa dois terços do total, possa ser convertida, ainda que parcialmente.
Aécio revelou, ainda, que Mantega prometeu pedir ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, uma definição rápida sobre o preço real da saca, para tomar uma decisão.
Outra reivindicação levada ao ministro da Fazenda, e que segundo o governador também será estudada, é a realização pelo governo de leilões para formação de estoque regulador de café, o que também dependerá dos estudos sobre o valor da saca.
Na avaliação do governador, se for feito leilão para três milhões de sacas, ao preço de R$ 320, o país terá estoque regulador, que estabilizará o mercado, puxando os preços para cima.
Segundo dados do setor, desde 1999 houve aumento de preço nos insumos da ordem de 500%, enquanto a recuperação do preço do café foi de apenas 42% para o produtor, nesses 10 anos.
O Brasil exportou no ano passado US$ 5,8 bilhões em café sendo que, desse total, US$ 3 bilhões foram produzidos em Minas Gerais, onde 400 municípios se dedicam à cafeicultura. Segundo Aécio Neves, o café é a cultura que mais produz empregos no campo.