CAFÉ: ESTOQUES BRASILEIROS DEVERÃO CAIR PARA 3,69 MI DE SACAS

21 de dezembro de 2007 | Sem comentários Comércio Exportação

Os estoques finais de café no Brasil na temporada 2007/08 deverão ficar em apenas 3,69 milhões de sacas de 60 quilos, com uma queda de 57% na comparação com 2006/07, quando os estoques estão estimados em 8,66 milhões de sacas. As projeções são de SAFRAS & Mercado. A oferta total do Brasil 2007/08 é colocada em 45,76 milhões de sacas, com queda de 16% nos estoques em relação a 2006/07, quando a oferta foi indicada em 54,61 milhões de sacas. Já a demanda total é apontada em 42,07 milhões de sacas, contra 45,95 milhões de sacas em 2006/07, o que representa um declínio de 8%.

A produção 2007/08 é indicada em 37,1 milhões, com queda de 22% em relação a 2006/07 (47,3 milhões de sacas).

Outro levantamento de SAFRAS mostrou que as quedas foram predominantes para o café tanto em reais quanto em dólares em novembro no Brasil. Em real, o café arábica fino no cerrado mineiro teve preço médio de R$ 250,70 a saca em novembro, tendo queda de 2,92% na comparação com outubro, quando a média ficou em R$ 258,23 a saca. Em dólares, no cerrado mineiro, o café arábica fino teve média em novembro de US$ 141,54 a saca, com baixa de 1,29% contra outubro (US$ 143,39 a saca).

As exceções foram o café conillon e o 600 defeitos, como mostra o levantamento de SAFRAS, já que estes apresentaram alta quando comparado ao mês anterior. Enquanto o primeiro avançou 0,85%, custando RS$ 204,55, o tipo 600 defeitos apresentou avanço de 5,00% frente ao mês anterior, com RS$ 255,50. Em dólar, a saca de 60 quilos do tipo conillon registrou alta de 2,54%, atingindo US$ 115,49 em novembro. Já a saca de café 600 defeitos teve alta de 6,76%, com US$ 127,31.


Exportações e safra nova

O secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura e Pecuária, Manoel Bertone, previu que o Brasil deverá exportar até 28 milhões de sacas de café este ano, com faturamento inédito de US$ 4 bilhões. Mas em 2008 o volume embarcado será menor, ficando em torno de 26 milhões de sacas. O recuo é explicado pela diminuição dos estoques até fevereiro e pela expectativa de uma colheita inferior à esperada para um ciclo de alta, em função da seca.

Bertone arrisca a dizer que a nova safra poderá ser até 20% menor que o potencial. Com o consumo crescente no mercado interno, da ordem de 18 milhões de sacas, e estoques oficias de apenas 815 mil sacas, a oferta será bastante ajustada em 2008, sinalizando firmeza nos preços e reduzindo a necessidade da intervenção pública.

Com isso, os leilões de Pepro e Contratos de Opções pleiteados pelo setor e já aprovados pelo Funcafé, poderão comercializar quantidades menores do produto. Mas o secretário garante que os pregões serão feitos, com recursos do Fundo ou do orçamento do Mapa destinado à comercialização (2 OC). “O que o mercado precisa é de segurança, pois não interessa a ninguém que o café se desvalorize”, completou o secretário. 

Na avaliação do secretário é preocupante a continuidade da perda da competitividade dos cafeicultores brasileiros frente aos grande produtores internacionais, pelos problemas cambiais. Com isso, mesmo com os brasileiros sendo os mais produtivos não conseguem obter toda a renda que a atividade poderia proporcionar e cedem seu lugar, gradativamente, aos grande produtores mundiais.

Em relação ao levantamento conjunto da produção que será feito entre a Conab e o IBGE, o secretário disse que a precisão nos números será fundamental para garantir credibilidade no mercado e colaborar para a formulação das políticas públicas.
(LC/JL)

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