História do café da Bahia, que já é o terceiro maior produtor de café

Por: 04/07/2007 07:07:24 - Tribuna da Bahia

O aroma é inconfundível, o sabor é sem igual. Há 280 anos, mais precisamente em 1727, chegava ao Brasil o café, trazido por um sargento a pedido do governador do Maranhão e Grão Pará, que o enviara à Guiana Francesa especialmente para essa missão. Segundo a história, o sargento Francisco Palheta trouxe uma pequena muda de café Arábica ofertada clandestinamente pela esposa do governador de Caiena, capital da Guiana, onde a mesma foi ocultada em sua bagagem até o solo brasileiro.

Devido às nossas condições climáticas, o cultivo de café se espalhou rapidamente, com produção voltada para o mercado doméstico. Em sua trajetória pelo Brasil o café passou pelo Maranhão, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Minas Gerais. Num espaço de tempo relativamente curto, o café passou de uma posição relativamente secundária para a de produto-base da economia brasileira. Desenvolveu-se com total independência, ou seja, apenas com recursos nacionais, sendo, afinal, a primeira realização exclusivamente brasileira que visou a produção de riquezas.

Em alguns períodos da década de 1980, o café já era a segunda mercadoria negociada no mundo por valor monetário, atrás apenas do petróleo. Atualmente o Brasil é o maior produtor mundial de café, sendo responsável por 30% do mercado internacional. É também o segundo mercado consumidor, atrás somente dos Estados Unidos. Já a cafeicultura na Bahia surgiu a partir da década de 1970 e teve uma grande influência no desenvolvimento econômico de alguns municípios. Há atualmente três regiões produtoras consolidadas: Planalto (café arábica); Oeste (café arábica) e Litorânea (café robusta).

A produção de café na Bahia vem crescendo nos últimos anos. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), pela primeira vez o Estado aparece como o terceiro maior produtor de café do país, ficando atrás de Minas Gerais e do Espírito Santo. De acordo ainda com o IBGE, a Bahia deve responder, nesta safra, por 8% da produção nacional de café. A safra de 350 mil sacas anuais do município de Barra do Choça, no Planalto de Conquista, lhe garantiu a posição de maior produtor de café do Estado. Essa produção equivale a 20% da produção estadual, de 1,6 milhão de sacas, a quarta maior do ranking dos produtores de café do país.

Estagnada desde o final da década de 1980, a cafeicultura do Planalto de Conquista rendeu graças ao novo rei do café baiano, maior produtor individual do Norte e Nordeste brasileiros, com o tipo Arábica. Em Barra do Choça, a maior concentração populacional está nas lavouras e nas comunidades rurais. Individualmente, a cidade detém 35% das lavouras de café da região, contribuindo com 40% da produção total da Bahia. Mas, o município não tem se preocupado somente com a quantidade. Para manter a excelência do produto e disputar em condições de igualdade com os melhores frutos produzidos no país, os grãos enfrentam rigoroso processo de seleção. Barra do Choça é o primeiro no Brasil a realizar um concurso de qualidade voltado ao café. Além de avaliar a qualidade, os concursos premiam os cafeicultores, estimulando-os a produzir o café especial e agregar valores ao produto. Segundo a prefeitura municipal de Barra do Choça, o café tem funcionado como importante gerador de renda no Estado e mantém em torno de 250 mil empregos em toda a cadeia, sendo que, na colheita, chega a 400 mil.
Um dos segredos dessa produção está na fixação do homem no campo. No município de Barra do Choça, a maior concentração populacional está nas lavouras e nas comunidades rurais. Barra do Choça detém 35% das lavouras de café da região, contribuindo com 40% da produção total da Bahia. E a região detém o título de 5º melhor café do País, segundo a Associação Brasileira da Indústria do café (Abic).

Em Barreiras, município conhecido pelo cultivo de soja e algodão, é cada vez mais comuns ver cafezais. Para muitos produtores, o café está sendo um bom negócio porque na região não chove na colheita, é seco, e o produtor consegue manter a qualidade. Nas lavouras, homens e mulheres têm emprego garantido até o final da colheita. A palavra “café” vem do árabe Kahoua ou Qahwa (o excitante). As evidências mostram que o fruto foi cultivado pela primeira vez em monastérios islâmicos no Yêmen, Oriente Médio. Saboreada há cerca de mil anos, essa bebida apreciada no mundo todo, também faz bem a saúde se consumida com moderação (de três a quatro xícaras por dia).


 

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