História do Café: artigo publicado pelo jornal em 1912, revela o encantamento da população ponta-grossense com o novo ambiente de progresso, ao destac

Por: 02/06/2007 07:06:05 - Diário dos Campos Gerais - PR

Industrialização regional nas páginas do DC

CERVEJARIA Visão panorâmica de Ponta Grossa – destaque para a Adriática, fundada por Henrique Thielen em 1893 – década de 1960A economia paranaense no início do século XX girava em torno de dois produtos: a erva-mate e a madeira. Ponta Grossa, nesse contexto de economia predominantemente extrativista, havia se constituído, recentemente, em entreposto comercial e núcleo de uma indústria de substituição de importações, que davam à cidade uma feição mais urbana e moderna do que as outras localidades ao seu entorno, especialmente em relação a Castro, cidade que havia sido, nos séculos anteriores, o pólo político e econômico dos Campos Gerais.


Essas mudanças são perceptíveis nas páginas de O Progresso/Diário dos Campos desde os primeiros números do jornal. Em 1912, uma série de crônicas escritas por Raul Gomes, revela o encantamento com as transformações em curso na cidade: Ela se volta para o norte e se lhe depara São Paulo, titã temível, estendendo as mãos para o sul, derramando por sobre este a colossal produção de sua indústria e de sua importação. A via férrea transporta para as bandas estoques monumentais: é contra esta obra de conquista comercial que Ponta Grossa se levanta reagindo estóicamente.


Virando-se para o sul enxerga o Rio Grande do Sul, armado cavaleiro para uma guerra, em qualquer terreno que seja.


Por outro lado, dentro do próprio Estado, Curitiba a enfrenta, batendo-se contra ela, procurando dominá-la e ao interior.


Isto posto reconhecemos o círculo de fogo em que se acha Ponta Grossa.



Para ela, desfalecer um instante é a derrota. (O Progresso, 13/08/1912)


Nesse espírito de época, cada inauguração de indústria, aumento de produção ou aparecimento de novas tecnologias, mereciam destaque no jornal. Tanto que os levantamentos industriais feitos pela Secretaria de Finanças do Paraná em 1913/1918/1924, foram integralmente publicados pelo DC. O jornal também traz informações sobre o processo de industrialização e eletrificação em Castro. Nas suas páginas, é possível encontrar, por exemplo, a informação que a Teles & Pusch, foi a primeira concessionária de energia na cidade, e que a finalidade da geradora era, inicialmente, atender a indústria pertencente a mesma empresa.


A constante divulgação de notícias relacionadas ao desenvolvimento econômico-industrial de Ponta Grossa e Campos Gerais, manteve-se como política editorial do DC durante todo o século XX. Acompanhamos, nas páginas do jornal a instalação das grandes unidades industriais de capital nacional e internacional, e também os efeitos da mudança dos centros decisórios pela predominância, no setor industrial, do capital multinacional.


Recortes da história


Um artigo publicado pelo jornal em 1912, revela o encantamento da população ponta-grossense com o novo ambiente de progresso, ao destacar as mudanças, positivas, que o advento da energia elétrica provocava no cotidiano das famílias:


“O máximo conforto da vida moderna só é possível onde existe a energia elétrica sob as suas múltiplas formas: luz, força, calor etc… Em algumas casas de família o ferro de engomar a carvão foi substituído pelo elétrico, niquelado, limpo e aquecido em 5 minutos. A chaleira da cosinha encrustada de fuligem negra foi substituída pela caçarola brilhante e limpa que pode ser transportada da cozinha para a sala de jantar onde, qualquer pessoa da casa (o criado hoje em dia é coisa rara) aquecerá o seu chá, leite ou café, a qualquer hora do dia ou da noite, em alguns minutos após a ligação da corrente… As donas de casa poderão acionar as máquinas de costura, as batedeiras de manteiga, o pequeno moinho de café, e poderão prover muitas outras necessidades domésticas”. (O Progresso, 27/06/1912)


Destaca-se também, a atenção dada pelo DC, a partir de 1922, à criação do Centro Commercio e Industria (órgão que mais tarde passaria a se chamar Associação Comercial e Industrial de Ponta Grossa) às discussões que ocorriam nas suas reuniões a respeito do desenvolvimento industrial da cidade. Em 1923, por exemplo, o debate tratava da melhoria das estradas que ligavam Ponta Grossa ao interior do Paraná:


Reunir-se-a hoje o Centro para tratar do importante assumpto da macadamização da estrada de rodagem que liga esta cidade aos principais centros do interior do Estado. Artéria extensa, que abrande uma das mais ricas zonas do Paraná, merece o carinho, a attençao dos povos que dela fruem os infruxos de progresso que os beneficiam… (DC, 29/11/1923)


 
Jacob Holzmann e o Progresso regional
02/06/2007 07:06:56 – Diário dos Campos Gerais – PR
MADEIRA Serraria na região de Ponta Grossa (década de 1930) CARNE Frigorífico Matarazzo em Jaguariaíva (sem data) PublicidadeAo batizar seu jornal com o nome de O Progresso, Jacob Holzmann pretendia demonstrar, sobretudo para os paulistanos e curitibanos que desconfiavam do potencial dos Campos Gerais e de Ponta Grossa, que a região e seu principal centro urbano viviam, no início do século XX, o que viria a ser o início do seu arranco econômico.


É certo que o tal “progresso” (materializado a partir da chegada das ferrovias no final do século XIX) trouxe consigo uma série de problemas, sobretudo sociais, para toda região. No caso específico de Ponta Grossa, a infra-estrutura urbana sempre esteve em descompasso – leia-se em atraso – com o aumento populacional e com a expansão física da cidade.



Desde o início do século passado, a economia dos Campos Gerais, originada nas atividades campeiras e pastoris, ganhou novos contornos. As ferrovias que cortaram a região possibilitaram que suas cidades – sobretudo Ponta Grossa – ampliassem seus horizontes econômicos, intensificando as atividades comerciais e dando origem as primeiras indústrias regionais.



No início do século as notícias publicadas pelo O Progresso/Diário dos Campos trataram exaustivamente do beneficiamento e comercialização da erva mate, produto fartamente encontrado nos Campos Gerais, e que ampliou consideravelmente seus mercados graças a capacidade de transporte ofertada pela ferrovia.



Mas, as notícias também mostram os atritos que envolveram os produtores regionais e a Estrada de Ferro. Em um artigo de 1923, o DC expõe o descontentamento dos produtores ponta-grossenses pela – falta – de estrutura da São Paulo-Rio Grande: Muitos negociantes se queixam contra a deficiência do serviço de despacho na Estrada de Ferro. Uma só balança para pesar todas as mercadorias despachadas desta cidade (20/06/23).



Certamente esta é uma das razões para o DC permanentemente publicar artigos a respeito das condições viárias dos Campos Gerais. É possível acompanhar, na primeira metade do século XX, o nascimento – ainda que modesto – de uma industrialização (ligada ao beneficiamento de produtos agro-pecuários) regional. Matérias tratam da erva-mate, madeira, café, bebidas etc., beneficiadas nas cidades da região: Quando o chimarrão começa a amargar. Toma incremento a indústria de linho no Paraná. Quatorze fábricas estão sendo construídas. Considerável a produção de Prudentópolis (04/01/42).


Ufanismo sempre presente



Nesse período – anos 40 e 50 – as notícias do DC falam sobre o início da exploração do talco em Ponta Grossa, da produção de batatas em Irati e do desenvolvimento da Colônia holandesa de Carambeí. Capítulo a parte, o destaque econômico regional dos anos 70 fica por conta do desenvolvimento industrial de Ponta Grossa, embalado pelo sonho – ou seria pesadelo? – do “milagre econômico” do Regime Militar e estruturado pelo Pladei de Cyro Martins.



Foram muitas as matérias que, ufanisticamente, projetaram um futuro venturoso para a Princesa, então denominada Capital Mundial da Soja. Já em 1969 e 1970 os artigos do DC trataram do Pladei, da Cooperativa Agrícola de Ponta Grossa, da necessidade de duplicação da Rodovia do café e das grandes indústrias que se instalaram na cidade, como na matéria de capa de 13 de setembro de 1970, que prenunciava: Sanbra: presente para a Ponta Grossa do futuro!



Já nos anos 80, o destaque no DC voltou a ser a agricultura regional, sobretudo a partir de uma de suas maiores inovações: o plantio direto. Diversas reportagens trataram do tema, mostrando a relevância da técnica para os Campos Gerais e para o Paraná.


Nova fase, mesmo compromisso



Desde sua volta as bancas, em 1999, o DC continuou a publicar notícias, principalmente em seus cadernos temáticos, sobre a economia regional. Foi assim que o jornal destacou, por exemplo, o esforço da Batávia em conquistar o mercado europeu (15/12/99); a instalação de uma usina de biodiesel em Palmeira (28/01/06) e a atual capacidade exportadora de Ponta Grossa, que atinge mais de cem países (15-16/01/06).



Desta forma, compreendemos que, passados cem anos exatos de seu nascimento, o DC se mantém fiel aos ideais de seu fundador, quais sejam, apresentar permanentemente as potencialidades econômicas regionais que representam, acima de tudo, a capacidade de produção e de desenvolvimento dos Campos Gerais, exatamente aquilo a que Jacob Holzmann fez questão de denominar de O Progresso.


Niltonci Batista Chaves, professor do Departamento de História da UEPG, mestre em História e Sociedade (Unesp), doutorando em Educação (UFPR). Publicou diversos livros e artigos utilizando o DC como sua principal fonte de pesquisa. É organizador da série Visões de Ponta Grossa.


 


Caroline de Lara, acadêmica do 4º Ano do Bacharelado em História UEPG. Foi estagiária da Casa da Memória Paraná e atualmente pesquisa no DC temas relacionados a gênero e publicidade.
 
 
As ferrovias e as rodovias na história de PG
02/06/2007 07:06:20 – Diário dos Campos Gerais – PR
HISTÓRICA Ponta Grossa do início do século XX; destaque para a Estação Roxo de Rodrigues (Estação Saudade). A foto pertence ao acervo da Casa da Memória e foi produzida por Luís Bianchi Publicidade


Que Getúlio Vargas, figura central da história política brasileira no século XX, esteve em Ponta Grossa em pleno curso da Revolução de 1930, é algo que grande parte dos leitores do DC têm conhecimento. Porém, que o Presidente trabalhista visitou a nossa cidade no final do Estado Novo (1937-1945) é algo que poucos sabem.



Da primeira vez, Vargas aqui esteve como líder de um movimento revolucionário. Vinha do Rio Grande do Sul e chegou à cidade pela Estrada de Ferro, a qual é considerada por muitos pesquisadores como determinante para o processo de desenvolvimento regional, especialmente para Ponta Grossa.



Da segunda vez, em 1944, temos uma série de novos elementos a considerar. Primeiramente, Vargas já não era um líder revolucionário que buscava tomar o Governo Federal. Pelo contrário, estava à frente do poder há 14 anos ininterruptos. O Brasil passara nesse período (1930-1944) por profundas transformações sociais, políticas e econômicas; o Paraná e Ponta Grossa eram governados, respectivamente, por Manoel Ribas e Albary Guimarães, homens de plena confiança do Presidente.



A Ponta Grossa de então continuava a desfrutar da condição de principal cidade do interior paranaense, porém já se prenunciavam as aberturas do norte e do oeste do Paraná, regiões até então pouco ocupadas e exploradas.



Em sua primeira passagem, Vargas – como já dissemos – simbolicamente, chegou à cidade pelos trilhos da ferrovia. Já em sua segunda visita, chegou ao Paraná de avião, mas deslocou-se por todo interior do estado através das estradas e pontes abertas e/ou melhoradas durante a gestão de “Maneco Facão” – apelido pelo qual era popularmente conhecido o interventor paranaense.



Quando o escritor ponta-grossense Eno Theodoro Wanke denominou Ponta Grossa de “cidade encruzilhada”, nos parece que ele vislumbrou a cidade como a rota de tropeiros e como o entroncamento ferroviário. Isso fica evidente quando percebemos que a identidade ponta-grossense está ligada indissoluvelmente ao tropeirismo e à ferrovia. Da mesma forma, o nosso desenvolvimento econômico também se deu por meio das atividades tropeiras e pelo vai-e-vem de mercadorias pela Estrada de Ferro.



Portanto, a Ponta Grossa “cidade encruzilhada” de Eno Wanke, a Ponta Grossa encontro de caminhos que temos em nosso imaginário coletivo, é a cidade que se formou a partir dos caminhos das tropas e dos trilhos da ferrovia (não é por acaso, que nossa Casa da Memória ocupa o prédio da primeira Estação Ferroviária de Ponta Grossa).`



As estradas do progresso


Mas, e as estradas de rodagem, será que elas não tiveram importância no processo de formação e desenvolvimento ponta-grossense? Sabemos que o Brasil, até mesmo por suas dimensões continentais, foi um país que investiu tardiamente em um projeto de criação, ampliação e melhoria de suas estradas. Para se ter idéia, de acordo com o anuário estatístico produzido pelo IBGE, em 1937 o Paraná possuía 15.461,4 quilômetros de estradas de rodagens. Desses, 14.945,1 quilômetros eram estradas de terra não melhoradas; 412,6 quilômetros de pedra britada; 97 quilômetros de terra melhorada; 4,2 quilômetros de macadame betuminoso e 2,5 quilômetros de concreto.



Desta forma, aventurar-se pelas estradas do estado era algo que envolvia grande dose de aventura e/ou coragem dos viajantes. Somente na década de 1950, com o projeto desenvolvimentista implementado por JK é que as estradas brasileiras foram gradativamente melhorando.



Mesmo com esse cenário pouco animador, o fato de Ponta Grossa ser, até meados do século passado, a porta de entrada para o interior paranaense, fez com que a cidade dos tropeiros e dos ferroviários também dependesse dessas precárias rodovias para se consolidar como centro econômico regional.


Cobranças permanentes por melhorias



Na década de 1940, quando Vargas visitou o Paraná, as condições das estradas de rodagens ainda eram precárias, mas já haviam melhorado quando comparadas ao início do século.



Porém, foi apenas, a partir dos anos 60 que podemos afirmar que o Paraná efetivamente passou a contar com um sistema de rodovias com condições mínimas de garantir uma alternativa de desenvolvimento desvinculado das ferrovias – então em fase de decadência.



Mesmo assim, um artigo denominado “Estrada Enxuta”, publicado no DC em agosto de 1964, demonstra a insatisfação dos analistas da época a respeito da qualidade de nossas rodovias. De acordo com Agostinho Schwab, autor do artigo, “infelizmente não se tem dedicado a rodovia Ponta Grossa Itararé, a atenção que ela merece e, construção vem se arrastando por muitos anos. Apesar disso, esta a mesma em vias da conclusão, restando apenas o trecho Piraí do Sul – Joaquim Murtinho, onde se fez necessário implantação de um novo traçado. Dentre de poucos meses, o trecho em construção de Jaguariaíva e Sengés. Será entregue ao tráfego, devendo-se destacar que já estão concluídas, entre outras, duas belíssimas obras de arte especiais as pontes sobre os rios Cajurú e Juaguaricatú… A maior vantagem desta rodovia, está contida na expressão de um filho de tropeiro hoje Engenheiro rodoviário que comparando-se com a atual BR-2, estrada de baixada litorânea, sempre úmida e coberta de intensa serração, disse sobre a rodovia que se estende ao longo do caminho das tropas, entre Ponta Grossa e Itararé com destino a Sorocaba “é uma estrada enxuta”. (06/08/64).



A partir desse período, o que se percebe é que a relação de Ponta Grossa com as rodovias se tornou cada vez mais intensa. As figuras dos tropeiros e dos ferroviários foram se distanciando lentamente do imaginário coletivo. Os caminhões e as rodovias assumiram os papéis de difusores do progresso.


O jornal como porta-voz dos anseios da região



Se retomarmos as páginas do velho O Progresso de Jacob Holzmann, encontraremos notícias a respeito da insatisfação com relação as condições das estradas que ligavam Ponta Grossa ao interior paranaense. Em 1912, momento em que nossa cidade já era objeto de crônicas ufanistas escritas, por exemplo, por Raul Gomes e Hugo dos Reis, O Progresso destacou (03/08/12) o esforço do Secretário de Obras Públicas do Paraná, Niepce da Silva, para melhorar as condições de uso de estradas que ligava Ponta Grossa a Itararé, na divisa com São Paulo, passando por Castro e Jaguariaíva.



Pouco depois, em 1916, o DC relatou a insatisfação de um dos mais destacados fazendeiros dos Campos Gerais, o Cel. Victor Antonio Baptista, devido a situação precária das estradas na região do Amparo (Tibagi), onde residia.



Na década de 1920, sobretudo após a Fundação do Centro Commercio e Industria de Ponta Grossa (1922) são constantes os artigos publicados pelo DC discutindo a questão dos transportes em nossa região. Tal tema mereceu, inclusive, a composição de uma Comissão de Transportes por parte do Centro, a qual era formada por três figuras de peso na política e na economia local: Eliseu Campos Mello, Theophilo Cunha e Oscar Borges.



O objetivo, como o próprio nome sugere, era manter um debate permanente das dificuldades enfrentadas pelos industriais e comerciantes ponta-grossenses no transporte e comercialização de seus produtos. O maior debate, é certo, foi travado contra as ferrovias e suas taxas, consideradas abusivas, sobretudo pelos madeireiros. Mas, ao mesmo tempo, a Comissão dos Transportes do Centro sempre manifestou seu desejo em ter as estradas de rodagem da região em boa qualidade…



Ainda nesse mesmo ano, Diário dos Campos retomou a questão das estradas em torno de Tibagi. O artigo de 18 de junho de 1923 evidencia a importância das estradas para o desenvolvimento dos Campos Gerais.


Rodovia do café foi uma bandeira do DC`



O Pladei (Plano de Desenvolvimento Industrial) colocado em prática pelo então prefeito Cyro Martins, coincidiu com o momento histórico que significou a supremacia do transporte rodoviário em nossa região.



Em agosto de 1970, uma matéria publicada pelo DC, explicita um desejo daquele momento: a duplicação da Rodovia do café.



Esse artigo representa um marco no processo de avanço da importância das rodovias para Ponta Grossa e Campos Gerais. É nesse momento que as estradas de rodagem se consolidam e assumem o papel que até então era ocupado pelas ferrovias, mantendo-se nessa condição até os dias atuais.
 

 
Fonte: http://www.dcmais.com.br/index.cfm?noticia_id=838&secao_id=81&ver_edicao=661

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