Fenicafé 2006 apresenta as novidades na irrigação

ARTHUR FERNANDES
Repórter
MANOEL SERAFIM
Foto

Por: Correio de Uberlândia

Abertura do evento contou com a presença de produtores e autoridades convidadas


Cafeicultura vive um momento muito bom no segmento do agronegócio




Dezenas de produtores, técnicos e pessoas ligadas ao cultivo de café, participaram ontem, em Araguari, da abertura da Fenicafé 2006. O bom momento da cultura em meio às dificuldades de outros setores do agronegócio começou a ser discutido na feira que reúne três eventos em um só e vai até amanhã no clube Pica-pau. A expectativa é que sejam fechados negócios na faixa dos R$ 15 milhões no 11º Encontro Nacional de Irrigação da Cafeicultura no Cerrado, na 9ª Feira de Irrigação em Café do Brasil e no 8º Simpósio em Cafeicultura Irrigada, que acontecem simultaneamente.


“A cafeicultura se distancia das crises nas lavouras brancas, como soja e milho, porque é uma cultura perene e nós estamos passando uma fase em que o preço está muito bom. Mas, infelizmente, o nosso custo é Brasil. Poderíamos estar capitalizando essa fase boa da cafeicultura, mas o câmbio está nos detonando”, analisa o presidente do Conselho das Associações dos Cafeicultores do Cerrado (Caccer), Francisco Sérgio de Assis.


“A nossa maior diretriz é trabalharmos com o setor privado. O Centro de Inteligência do Café (CIC) é um diferencial e nos fornece informações atualizadas sobre a cafeicultura mundial. Nós podemos conhecer nossos concorrentes para ganharmos mais robustez no mercado internacional”, destaca o secretário estadual adjunto de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcelo Franco, que representou o titular da pasta, Silas Brasileiro, na abertura da Fenicafé.


A coordenadora executiva do Centro de Inteligência do Café (CIC), Mariana Brayn Caetano, explica a função estratégica da análise dos dados sobre a produção mundial de café e a posição exponencial de Minas Gerais e das suas duas principais regiões produtoras — o Sul de Minas e o cerrado mineiro. “Informação é tudo. Além disso, nós vivemos a era da sabedoria. O Centro de Inteligência do Café existe para suprir isso. Existe uma quantidade enorme de sites com estatísticas e bancos de dados. Saber ligar um dado ao outro e checar as fontes que publicam alguns valores. Confrontamos números, porque cada país tem o seu interesse de divulgar um maior ou menor valor do volume de sacas produzidas ou exportadas”, esclarece a especialista em relações internacionais.


Ela destaca o papel fundamental da cafeicultura na região para a pujança mineira. “O Café do Cerrado é a primeira região de demarcação de origem e é pioneira no Brasil. Fora do Brasil é uma das marcas mais conhecidas”, destaca Mariana Brayn Caetano.


Para imprimir um ritmo ainda mais forte em um mercado de concorrência intensa, como a que é travada com a Colômbia, a coordenadora executiva do Centro de Inteligência do Café propõe uma intensificação na exportação de cafés mais elaborados. “O maior exportador de café do mundo é a Alemanha. Sem produzir quase nenhum pé. Eles compram a commoditie do Brasil, agregam valor e exportam o produto. Exportam uma coisa que nós poderíamos exportar e agregar valor”, propõe.


O secretário de produção do Ministério da Agricultura, Lineu Costa Lima, tem uma postura diferente em relação às exportações das commodities. “O Brasil é um vendedor de café verde. Temos uma receita como o maior do mundo. Temos parceiros que vêm buscar o nosso café aqui. Não podemos nos declarar inimigos de um companheiro. Temos que buscar agregação de valores e apoiar a iniciativa privada. Mas se nós exportamos 3 milhões de sacas de café, e 2,6 milhões são de café verde, nós não vamos brigar com quem compra isso”, pondera.


O Brasil é o maior produtor mundial de café com uma média, nos últimos três anos, de 35 milhões de sacas. Minas Gerais produz sozinho mais que o segundo concorrente, que é o Vietnã, e a cafeicultura do cerrado representa 10% da produção mineira e 5% da brasileira.


Mesmo com o câmbio desfavorável às exportações, os cafeicultores da região têm muito a comemorar, principalmente com intensificação internacional da marca Café do Cerrado, que possibilita a denominação da origem do produto.


“A marca do Café do Cerrado nasceu na união de 55 municípios do cerrado. Com o reconhecimento oficial, chamado de denominação de origem, nós temos o aval do governo federal para que possamos trabalhar uma marca, assim como acontece com as regiões de Champagne e Bourdon, com o vinho na França”, destaca o presidente da Associação dos Cafeicultores de Araguari (CAC), Ramon Rocha.

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