Workshop PIC incentiva debate sobre a normatização da Produção Integrada de Café

Por: Embrapa Café

Nos dias 30 e 31 de maio realiza-se, em Belo Horizonte, o primeiro Workshop para o aprimoramento da norma sugerida pela Produção Integrada de Café (PIC). O evento vai reunir cerca 40 representantes da cadeia produtiva do café, convidados para analisar e discutir a versão final da PIC. O documento, organizado para permitir a certificação e a rastreabilidade, será enviado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para institucionalição da norma.

O Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, administrado pela Embrapa Café, atenta às exigências do mercado, apresenta um conjunto de princípios que visa colocar a cadeia café no moderno conceito de desenvolvimento sustentável. Com isso, espera-se estimular o debate dentro das instituições do Consórcio, seus parceiros e produtores, que podem identificar os pontos de maior interesse regional.


CONTEXTO

A cafeicultura já vem buscando o caminho do desenvolvimento sustentável, existindo algumas propriedades com certificações internacionais. O que se propõe com a PIC é a apresentação de uma norma que incentive o aperfeiçoamento gradativo de um maior número de cafeicultores que desejam ter seus processos de produção e produtos reconhecidos através de certificação.

Um dos assuntos atuais mais importantes da agricultura é a discussão da sustentabilidade. A liderança brasileira na produção mundial de café pressupõe cada vez mais uma postura correta em relação ao meio ambiente, ao trabalhador e à segurança dos produtos. Quando esta vantagem puder ser rastreada e certificada, o café do Brasil terá mais valor aqui e lá fora.

De acordo com o gerente geral da Embrapa Café, Gabriel Bartholo, a iniciativa de oferecer um café com valor social e ecológico agregado vêm ao encontro das exigências dos países consumidores, que começam a cobrar e a valorizar condições apropriadas de produção e rastreabilidade do produto.


CAMINHO CERTO

A Norma de Produção Integrada de Café é constituída de 16 princípios, representados por critérios, muitos dos quais já fazem parte do dia-a-dia do produtor. De modo geral, eles incentivam melhorias na gestão da propriedade, que leva à redução de custos, respeito ao meio ambiente e à saúde do trabalhador. Seguindo os princípios apresentados, o produtor vai aprimorar o sistema de produção, com mais eficiência e adoção de tecnologia.

Os cafeicultores deverão estar organizados em associações e submeter-se à auto-avaliações para adequação às normas. O sistema de pontuação sugerido é adaptado às realidades regionais, onde alguns critérios são valorizados. A ficha de avaliação permite identificar quais princípios merecem mais atenção na propriedade. A idéia é incentivar o aperfeiçoamento gradativo. De acordo com Bernardo van Raij, coordenador do projeto, o Brasil, líder em produção e em tecnologia cafeeira, não pode ficar de fora deste contexto.


CAFÉ DO FUTURO

O processo rumo ao desenvolvimento sustentável inclui a ocupação ordenada da terra, respeitando a legislação ambiental e os preceitos técnicos. Outra prática destacável é a adoção de manejo integrado de pragas e doenças para reduzir a aplicação de pesticidas. Tudo isso sob o princípio básico de assegurar o aperfeiçoamento, bem-estar e saúde do trabalhador e familiares. O treinamento adequado aos trabalhadores é essencial para o bom andamento da PIC, assim como a preocupação de manter o empreendimento rentável. O conceito de sustentabilidade inclui o lado econômico como um dos pilares para a manutenção da atividade. Embora a PIC não tenha interferência na formação de preço, a certificação dará ao cafeicultor maior poder de negociação.

Cibele Aguiar – jornalista
Embrapa Café
c.aguiar@uol.com.br
www.embrapa.br/cafe  

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