Weggis se livra dos porcos para receber a seleção brasileira com um um investimento de US$ 1,3 mil de uma fábrica máquinas de café

19 de maio de 2006 | Sem comentários Cafeteria Consumo

WEGGIS, Suíça (Reuters) – Se a seleção brasileira conquistar o hexacampeonato mundial na Alemanha em julho, a ausência do cheiro de porcos na pequena vila suíça onde a equipe vai iniciar sua preparação terá tido contribuição.


A cidade de Weggis, às margens do lago Lucerna e com quatro mil habitantes, está se preparando para receber as estrelas brasileiras a partir de segunda-feira para as duas primeiras semanas de treino visando o Mundial.


Os preparativos no vilarejo incluíram a construção de um estádio com capacidade para 5.000 torcedores sentados, um campo de treinamento coberto, uma academia de ginástica e um centro de imprensa — além da remoção de 300 porcos de uma fazenda vizinha ao estádio.


“Na verdade foi minha idéia que os porcos fossem removidos”, disse à Reuters o fazendeiro Alfred Stoeckli nesta sexta-feira, enquanto operários davam os toques finais no campo.


“Algumas pessoas da delegação brasileira já estiveram aqui inspecionado o local. Eles não disseram nada sobre a fazenda, mas sei que o cheiro pode ser muito ruim quando o vento está soprando. E eu não queria que nenhum jornal escrevesse que a preparação da seleção brasileira estava sendo prejudicada pelo cheiro dos meus porcos”, acrescentou.


O conselho local rapidamente acertou uma compensação de 9.000 francos suíços (7.350 dólares) a Stoeckli para garantir que os porcos fossem mandados para outro lugar. Outros ajustes também foram necessários para o local se adequar à lista de exigências da seleção brasileira.


UM OBJETIVO “Se você compara o que eles pediram com o que é necessário para se conquistar a Copa do Mundo, então acho que você verá que os pedidos foram todos feitos com esse objetivo em mente”, disse Philippe Huber, chefe da empresa de marketing esportivo responsável por levar o Brasil a Weggis.


“Não existe pedidos por Bentleys de ouro ou coisas desse tipo, mas eles exigiram um campo de treinamento excelente, por exemplo, ou a possibilidade de uma academia de ginástica próximo do campo.”
De acordo com Huber, cerca de 800 locais demonstraram interesse em receber a seleção brasileira antes da Copa, número que foi reduzido para 40 depois que as piores propostas foram descartadas.


“Acho que a exclusividade do local aqui ajudou nossa proposta”, afirmou Huber à Reuters. “Há atrativos óbvios como a beleza do lago e das montanhas, mas também temos um hotel cinco estrelas maravilhoso para o time ficar e a vila tem apenas uma rodovia principal de acesso, o que ajuda na segurança.”


Também houve um incentivo em dinheiro, com a empresa de Huber tendo pago 1,2 milhão de dólares à CBF para explorar comercialmente a presença da seleção Weggis.


Além disso houve um investimento de 1,3 milhão de dólares — financiado principalmente por uma empresa local que fábrica máquinas de café — para transformar o campo de futebol amador num estádio para cinco mil pessoas, totalmente dentro das especificações da Copa do Mundo.


Isso inclui desde o tamanho do campo até o tipo de grama utilizada.


Acomodação, transporte e custo de segurança (este último descrito como Huber apenas como “muito grande”) também ficaram a cargo dos organizadores e patrocinadores.


INTERESSE GLOBAL O enorme nível de interesse global causada pelos brasileiros garante lucro para os organizadores, com acordos de patrocínio, venda de ingressos e distribuição dos direitos de TV superando em muito o que foi pago pelo direito de exploração.


Os 55.000 ingressos para os 14 dias de treinamento da equipe, cada um vendido a 16 dólares, esgotaram-se em dois dias, e muitos já são revendido no mercado negro por até seis vezes o preço original.
Mais de 100 países já compraram os direitos de transmissão dos treinos, e a televisão brasileira está preparada para diversas transmissões ao vivo.


Oitocentos jornalistas estão credenciados para cobrir a seleção brasileira, mais da metade oriundos do Brasil.


Numa outra indicação do glamour da equipe, o hotel onde eles ficarão está leiloando uma noite nos quartos dos jogadores, infelizmente apenas depois que eles já tiverem ido embora.


Enquanto isso, a pequena rua que leva ao estádio está sendo transformada numa grande festa, com barraquinhas de bebidas, comidas e o quase obrigatório bar brasileiro, que tem até areia para imitar uma praia.


Com a maior parte do investimento tendo ficado a cargo de investidores particulares ou empresas, as autoridades locais tiveram que gastar “apenas algumas dezenas de milhares de francos”, de acordo com o prefeito Josef Odermatt.


“Tivemos muitos nobres ficando aqui por anos, desde a rainha Victória até Mark Twain. Mas com certeza este é o maior evento da nossa cidade.”


“Nossa indústria de turismo com certeza vai se beneficiar da publicidade. Além disso, agora nós temos um campo de futebol que se adequa aos padrões da Fifa — o que nos permite receber clubes de ponta no futuro.”
O Olympique de Lyon já agendou uma visita para o final de julho, porém os campeões franceses precisarão de estômagos mais fortes que os brasileiros — os porcos de Weggis voltarão logo após a saída dos brasileiros.

Fonte: Yahoo Brasil/Esportes

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